reabilitação terceira idade

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

JOELHOS SOFRIMENTO DE ATLETAS

tudo sobre dores  no joelhos e as principais doenças


Saiba como prevenir e tratar problemas de artrose, ligamentos e estalos nos joelhos, aprendendo métodos de fisioterapia e conhecendo melhor os tipos de tratamento.


Quem nunca sentiu uma dorzinha no joelho. Ela pode até ser suportável, mas os incômodos, se não tratados, podem virar grandes problemas no futuro. Foi pensando nisso que o Proporção de Vida elaborou um texto informativo, baseado em diversos programas e profissionais da área para lhe ajudar.

Primeiro, é preciso saber que dores no joelho são comuns. Elas podem surgir de repente, em virtude de alguma batida, ou com o tempo, devido ao desgaste de cartilagem. Além de saber por que a dor persiste, as pessoas precisam atentar para cuidados com sua saúde, pois o excesso de peso é um dos vilões do joelho.

Segundo o fisioterapeuta Marcelo Abrahão o importante é o diagnóstico precoce do efeito causal da dor, ou seja, o motivo que leva a pessoa a ter dores no joelho. “O principal é encontrar o porquê da dor. Os problemas podem ser dos mais variados, desde uma artrose, que é o desgaste da articulação, até mesmo uma lesão meniscal”.

Diagnosticando as causas da dor, é preciso definir o tratamento adequado. Hoje existe uma série de problemas e também de soluções para eles, que podem ser desde uma simples fisioterapia, até intervenções cirúrgicas. “Os tratamentos são totalmente diferentes. Por isso o diagnóstico dos problemas é sempre fundamental”,salienta Marcelo.

No Brasil, estima-se que 80% dos brasileiros tenham problemas nos joelhos. Para se ter uma ideia, a simples troca de temperatura pode acarretar em dores. Quando o tempo vai de frio para quente ou vice-versa, em um curto período, as pessoas podem ter desconfortos ou, as dores que já tinham, serem intensificadas.

O joelho é uma articulação de carga. Temos o Femur sobre a tíbia. As atividades esportivas em excesso são fundamentais para as dores. Hoje o ser humano vive mais e por isso, as cartilagens desgastam mais.

A postura é fundamental, pois as pessoas podem machucar os joelhos até mesmo sentadas. É preciso que a postura seja a melhor possível. Quando um profissional trabalha em frente ao computador, é preciso medir a altura da escrivaninha, do monitor e escolher a melhor cadeira para que não ocorram problemas.


Principais problemas no joelho

Artrose

A artrose é o desgaste das articulações, nesse caso, dos joelhos. A causa principal desse mal é a obesidade. Ela é um processo degenerativo onde a cartilagem se desgasta, ficando mais fina. Existem casos em que um osso bate no outro. É exatamente aí que o problema se torna maior.

E não são apenas os atletas que possuem problemas nos joelhos. Os jogadores de finais de semana, por não terem uma regularidade nas atividades, também podem ter problemas. O joelho também não foi feito para virar. As torções podem até acarretar em lesões de cruzados.

Tratamentos para artrose


Sabe-se hoje que não existem tratamentos que combatam definitivamente a artrose. Ela é um processo lento e as vezes, irreversível. O que se faz é o programa que diminui a dor e não deixa o problema evoluir.

Para escolher um tratamento, as pessoas precisam ir ao médico. Ele irá identificar o problemas e seguir o protocolo terapêutico. Casa caso tem suas especificidades e é preciso levar em consideração a gravidade da situação, o numero de articulações afectadas, a natureza dos sintomas, a idade do indivíduo e suas ocupações e atividades diárias.

Existem também medicamentos que podem frear as dores e minimizarem os problemas. Porém eles só podem ser sugeridos pelos médicos capacitados.

Tratamento de transplante de cartilagem

O Transplante de cartilagem consiste na retirada de uma cartilagem boa do joelho da pessoa por meio de artroscopia. Ela vai para o laboratório e acontece uma multiplicação das células boas. Assim ela é reimplantada no joelho lesionado. Nem sempre o processo é possível mas quando realizada, os problemas são resolvidos.

Para saber mais sobre a artrose e seus tratamentos, acesse o link:

Problemas no menisco

O menisco é um amortecedor de impactos. Para que o fêmur se comunique com a tíbia, o menisco faz o meio de campo. Quanto os movimentos são intensos ou irregulares, problemas podem aparecer.

Fisioterapia para as dores nos joelhos

Assim como acontece a automedicação, no Brasil, é muito comum o autodiagnostico, ou seja, a pessoa sente dor, identifica porque ela está acontecendo e vai direto a um fisioterapeuta. Esse processo é perigoso. As vezes, o tratamento mais indicado não é a fisioterapia, que pode agravar as dores. Quando sentir constantes dores nos joelhos, vá ao consultório mais próximo e veja a opinião de um especialista.

Problemas nos ligamentos dos joelhos.

As lesões de ligamentos são muito comuns entre os futebolistas, por exemplo. Elas acontecem devido ao excesso e intensidade de atividades físicas. Pode acontecer de duas maneiras, com o estiramento, que é quando ele é esticado demais, mas não rompe e o próprio rompimento, que requer intervenção cirúrgica para plena reconstrução.

Problemas com estalos nos joelhos: Como tratar.

Os estalos, podem ser normais, ou não. O que acontece é que o líquido se acomoda nas articulações e quando movimentamos o corpo, elas vão se ajustando. Quando existe pressão, acontecem os estalos. Eles podem ser normais, mas o alerta é que tudo em excesso faz mal. Quando os estalos são constantes, o indivíduo não deve achar engraçado e, sim, procurar um bom profissional. Nunca é demais ir ao médico e chegar a saúde do organismo.

O Proporção de Vida espera ter tirado muitas dúvidas suas, caro leitor. Agradecemos a leitura e pedimos que deixe seu comentário, contribuindo para que mais pessoas possam saber ainda mais sobre o problema.

( nelson santos santos )
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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

TSPT ( transtorno de estresse pós- traumático

Crianças e adolescentes também podem apresentar transtornos mentais

Conheça os sintomas mais comuns e saiba identificá-los.
Introdução
Ainda é de desconhecimento geral que crianças e adolescentes podem apresentar transtornos mentais, bem como há uma dificuldade de diagnóstico e pessoas treinadas para realizarem esse diagnóstico. Por causa disso, no ano de 2004, foi lançado um manual para orientação de programas de conscientização para a identificação de transtornos mentais em crianças, intitulado de “Expanding awareness of in adolescence – Awareness program manual” (Expansão da Consciência em Saúde Mental na Infância e Adolescência – Manual para um Programa de Conscientização).
Esse manual contou com a coordenação de Christina W. Hoven, psiquiatra da Columbia University-New York State Psychiatric Institute, e apoio de The Presidential World Psychiatric Association (WPA) em coolaboração com The World Health Organization (WHO) e The International Association for Child and Adolescent Psychiatry and Allied Professions (IACAPAP). Embora de grande valia e importância na orientação de programas de conscientização para a saúde mental, esse Manual ainda não conta com uma versão traduzida para o português disponibilizada à população em geral.
As orientações que esse Manual oferece focam em como desenvolver uma campanha de conscientização em níveis: nacional, comunitária e individual; e quais as informações são necessária para apoiar uma campanha e as técnicas para a implementação da campanha.
Esse Manual foi utilizado em um estudo que testou um programa para a conscientização da possibilidade de suicídio em crianças e adolescentes, que englobou diversos países emergentes, incluindo o Brasil, obtendo resultados positivos. Segundo os pesquisadores, o estudo demonstrou o potencial de uma pesquisa em saúde mental com uma administração rigorosa nos métodos de pesquisa em regiões emergentes, oferecendo uma maior probabilidade de intervenções destinadas a satisfazer as necessidades específicas de populações com menor poder aquisitivo (HOVEN et al., 2009).
Transtornos mentais e sintomas
Segundo o Manual citado, os sintomas mais comuns e semelhantes na maioria dos transtornos mentais em crianças e adolescentes incluem:
• Irritabilidade;
• Comportamento despreocupado;
• Explosões frequentes;
• Retirada social;
• Reclamações físicas frequentes.

Como é difícil de ser identificado os transtornos mentais em crianças e adolescentes, é necessário avaliar os prejuízos funcionais apresentados, que são indícios contundentes. Os prejuízos funcionais podem ser definidos como uma dificuldade de se realizar atividades do dia-a-dia, como relações interpessoais, escola, lazer, etc. (HOVEN et al., 2004).
Contudo, os transtornos mentais específicos podem apresentar sintomas também específicos, demonstrados a seguir, com base no Manual citado.

Depressão
Depressão em crianças e adolescentes é um transtorno sério e está aumentando em prevalência nos últimos anos. Calcula-se que 2,5% das crianças e 8,3% dos adolescentes podem apresentar depressão a qualquer hora, e até 7% desses adolescentes deprimidos podem cometer suicídio. Os sintomas comuns da depressão em crianças e adolescentes incluem:
• Tristeza frequente, persistente ou choro;
• Diminuição do interesse em atividades agradáveis;
• Isolamento social ou comunicação pobre;
• Quantidade incomum de tempo só;
• Aumento da irritabilidade, raiva ou hostilidade;
• Reclamações físicas frequentes;
• Comportamento autodestrutivo ou conversa sobre suicídio;
• Baixa autoestima e culpa.

Transtorno bipolar (também chamado de maníaco-depressivo)
Esse transtorno é diagnosticado em geral na adolescência. Um número crescente de adolescentes tem sido diagnosticado como bipolar. Uma pessoa que é bipolar tem períodos alternados de mania e de depressão (a depressão, os sintomas estão descritos acima).
Os sintomas da fase de mania incluem:
• Autoestima inflada;
• Diminuição da necessidade de sono;
• Comportamento de alto risco;
• Fala ou pensamentos rápidos.

É importante diagnosticar o transtorno bipolar prematuramente, pois, há um risco significativo de suicídio para essas pessoas. Também, se os adolescentes bipolares são diagnosticados erroneamente como tendo depressão, a eles podem ser administrados medicamentos incorretos que pioram os sintomas ao invés de ajudar.
Transtornos de ansiedade
Os transtornos de ansiedade também são altamente prevalentes na infância. Enquanto alguma ansiedade é habitual, a ansiedade que interfere no comportamento normal e funcional, na escola, lazer, etc., pode ser um sinal de um problema mais sério.
Aproximadamente 13% das crianças e adolescentes podem sofrer de um transtorno de ansiedade durante um período de seis meses. Os sintomas mais comuns incluem:
• Muitas preocupações sobre coisas antes de estas acontecerem;
• Preocupações ou interesses constantes sobre o desempenho escolar, amigos, jogos esportivos, etc.;
• Pensamentos ou ações repetitivos;
• Medos extremos de cometer erros;
• Baixa autoestima.

Também há vários tipos específicos de transtornos de ansiedade que deveriam ser notados. Estes apresentam sintomas distintos e podem requerer tratamentos diferentes. Os vários tipos são:
• Fobias: medos irreais e excessivos sobre uma certa situação ou objeto.
• Transtorno de ansiedade social: ansiedade opressiva e autoconsciência excessiva em relação aos outros.
• Transtorno de ansiedade generalizada: preocupação extrema e irreal sobre atividades da vida em geral.
• Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): pensamentos repetitivos e/ou intrusivos, comportamentos compulsivos (repetitivos) que interferem no funcionamento ou causam angústia.

Transtorno de estresse pós-traumático (TSPT)
Eventos extremamente rompantes – como violência, guerra, desastres naturais ou abuso – podem causar traumas psicológicos em crianças e adolescentes. Uma reação por algum tempo para o trauma não é incomum, incluindo extrema ansiedade, pesadelos, choro, irritabilidade, retirada social, culpa ou outros sintomas. Porém, quando esses sintomas (reações) não diminuem ao longo do tempo, podem ser indicativos do desenvolvimento de TSPT. Os sintomas incluem:
• Re-experimentação do evento traumático em situações percebidas como similares;
• Falta rotineira de lembranças do evento ou uma falta geral de responsabilidade (por exemplo, interesses diminuídos ou um senso de ter uma falta de futuro);
• Aumento nas perturbações do sono, irritabilidade, concentração pobre, reações de susto e comportamentos regressivos.

Transtornos de conduta
Enquanto todas as crianças, às vezes, exibirão comportamentos de oposição, crianças e adolescentes com transtorno de conduta apresentam problemas mais sérios no funcionamento social e familiar. Por exemplo, calcula-se que 5,5% das crianças e adolescentes possuam um problema de comportamento agressivo.
Essa desordem também coloca uma criança ou adolescente em risco mais alto para o comportamento suicida. Alguns sintomas desse transtorno incluem:

• Agressão dirigida a pessoas ou animais;
• Destruição de propriedade;
• Furto ou roubo;
• Violação séria de regras.

É especialmente importante observar, porém, que crianças ou adolescentes que exibem tais sintomas podem ter outros problemas de saúde mental. O que exige um diagnóstico diferencial.
Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)
Enquanto todas as crianças ou adolescentes são eventualmente hiperativos ou impulsivos, os com TDAH apresentam problemas de comportamento mais severos que podem interferir no funcionamento da escola, lazer, família, etc.
O TDAH é observado em 3 a 5% das crianças, e pode ser caracterizado por:
• Distração e dificuldade de prestar atenção;
• Falar muito e dificuldade de jogar ou brincar quietamente;
• Dificuldade de seguir orientações múltiplas;
• Dificuldade de permanecer sentado.

Abuso de álcool e drogas
O abuso de álcool e drogas pode ser um problema significativo, particularmente para adolescentes. Depressão e outros transtornos podem conduzir a tal abuso, como as tentativas individuais para se “automedicar”. Enquanto muitos adolescentes experimentarão álcool e drogas, o abuso pode conduzir a consequências sérias para a saúde. Algum dos sintomas são:
• Fadiga e/ou reclamações repetidas sobre a saúde;
• Olhos vermelhos e vítreos, e/ou uma tosse duradoura;
• Mudanças súbitas de personalidade ou humor;
• Comportamento irresponsável e julgamento pobre;
• Perda do interesse comum nas atividades;
• Argumentações sem sentido, quebra de regras e/ou retirada da família.

Transtornos alimentares
Os transtornos alimentares iniciam-se frequentemente na adolescência, e é mais comum em meninas. Pode ser caracterizado por uma relação distorcida com a alimentação e uma obsessão com o peso e a forma do corpo. Alguns sintomas são:
• Intenso medo de ganhar peso;
• Recusa de manter o peso corpóreo esperado para a idade ou altura;
• Episódios periódicos de alimentação excessiva;
• Comportamento compensatório para prevenir ganho de peso (como vomitar, usar laxantes e pílulas para o emagrecimento).

Esquizofrenia
A esquizofrenia surge principalmente na adolescência e pode ser difícil de diagnosticar. Há vários tipos de esquizofrenia, mas em todos os tipos se observa angústia; às vezes, falta de limites apropriados do “eu”; e, geralmente, dificuldade de avaliar com precisão os pensamentos pessoais. Os sinais na adolescência incluem:
• Comportamento estranhos ou fala;
• Confusão do sobre a realidade;
• Pensamentos paranóicos (de perseguição);
• Ansiedade severa e medos;
• Problemas sociais.

Autismo
O autismo é um transtorno do desenvolvimento, frequentemente diagnosticado em torno dos três anos de idade. Enquanto os critérios para o diagnóstico do autismo e subtipos estão sendo continuamente refinados, o aspecto central do transtorno é um prejuízo no funcionamento social de modo geral, que inclui:
• Respostas impróprias a situações sociais;
• Prejuízos na comunicação;
• Falta de reciprocidade emocional;
• Falta de expressões faciais ou contato visual;
• Fracasso para desenvolver relações normais com o outro;
• Restrição de comportamentos e gestos, frequentemente repetitivos.

Retardo mental
Aproximadamente 1% da população é diagnosticada com retardo mental, que significa um déficit no comportamento adaptável e uma inteligência abaixo da população em geral. O retardo mental varia de moderado para severo. Com o mudar das atitudes sociais e novas compreensões, muitas das pessoas com graus moderados podem apresentar uma vida produtiva e relativamente normal. As pessoas com graus mais severos também podem chegar a aprender um papel significativo em suas famílias.
Outros transtornos
Há outros transtornos em crianças e adolescentes não descritos acima, incluindo vários problemas de desenvolvimento e inaptidões. Alguns transtornos mentais podem ser relacionados a condições médicas, e podem ser sérios o bastante para necessitar de intervenção médica prolongada. É importante observar que tais transtornos podem resultar em estigma social severo, tornando as crianças e adolescentes susceptíveis para o abuso, a negligência ou o abandono.
Opções de tratamento
Todos os transtornos mentais, na atualidade, possuem uma diversidade de opções de tratamento que incluem medicações e psicoterapias. Os transtornos mentais são tratáveis, e quanto mais cedo é realizado o diagnóstico, mais promissores serão os resultados do tratamento. Se uma criança ou adolescente apresentar os sintomas de um dos transtornos descritos neste artigo, deve-se buscar o auxílio de um médico em primeiro lugar, em geral, do pediatra responsável pelo atendimento dessa criança ou adolescente.

MATÉRIAS ( TRANSTORNO BIPOLAR )

O que é o Transtorno Bipolar ou Distúrbio Bipolar?

O Distúrbio Bipolar, também conhecido como depressão maníaca, envolve mudanças dramáticas de humor. Mais do que sentir bem ou mal, os ciclos do distúrbio bipolar duram dias, semanas, e às vezes meses.
Ao contrário das mudanças normais de humor, o distúrbio bipolar é muito mais intenso e disruptivo no funcionamento diário, afectando a energia, os níveis de actividade, julgamentos e comportamentos.
Durante um episódio maníaco, o individuo pode sentir-se impulsionado a deixar o seu emprego, levantar grandes quantidades de dinheiro, ou sentir-se descansado depois de duas horas de sono.
Durante um episódio depressivo, o individuo tende a acordar com um sentimento de impotência e falta de esperança. O transtorno bipolar é mais comum do que se pensa, afectando três adultos em cada 100, de acordo com os especialistas. As suas causas ainda não são completamente compreendidas, mas a doença bipolar é frequentemente herança genética. O primeiro episódio maníaco ou depressivo ocorre na adolescência ou nos primeiros anos da vida adulta.

Perceber o Transtorno Bipolar – Sinais, Sintomas e Causas de Depressão Maníaca

Todos nós temos os nossos altos e baixos, os nossos dias bons e dias maus, mas quando se sofre de transtorno bipolar, estas variações são muito mais acentuadas.
Os altos e baixos extremos de transtorno bipolar podem afectar actividades diárias e danificar relações. E, apesar de poder ser tratada, muitas pessoas não reconhecem os sinais de alarme. Visto que a desordem bipolar tende a piorar quando não é tratada, é importante aprender mais acerca dos sintomas. Reconhecer o problema é o primeiro passo para controlar a desordem.

Sinais e sintomas de transtorno bipolar

A hipomania é um pouco menos acentuada que a mania. Pessoas num estado hipomaníaco sentem-se eufóricas, enérgicas e produtivas, mas os seus sintomas são mais moderados do que os sintomas de mania, não impedindo a rotina normal do dia-a-dia.
Para alguns, a fase hipomaníaca pode parecer apenas uma fase de extremo bom-humor. Contudo, a hipomania quase sempre é precedida de um estado maníaco ou de um estado depressivo.

Sinais e Sintomas de Depressão Bipolar

A fase depressiva do transtorno bipolar é muito similar a uma depressão comum.
Contudo, existem algumas diferenças:
A depressão bipolar tende a reflectir-se em sintomas de cansaço e falta de energia. Indivíduos na fase depressiva tendem a falar com voz arrastada e a dormir muito. Também sofrem o risco de ter depressão psicótica, uma condição na qual perdem o contacto com a realidade.
Sinais comuns de Depressão Bipolar incluem:
  • Sentimento de impotência;
  • Tristeza ou vazio;
  • Perda de interesse por actividades;
  • Fadiga ou falta de energia;
  • Lentidão mental e física;
  • Mudanças de apetite e de peso;
  • Dormir demasiado ou muito pouco;
  • Dificuldades de concentração e de memorização;
  • Sentimentos de culpa;
  • Pensamentos acerca da morte ou suicídio.

Sinais e sintomas de um episódio misto

Um episódio misto de transtorno bipolar conjuga sintomas de mania e de depressão.
Os sinais mais comuns são:
  • Agitação;
  • Irritabilidade;
  • Insónia;
  • Mudança de apetite;
  • Perda de contacto com a realidade;
  • Tendências suicidas.
Esta combinação de elevada energia e humor negativo aumenta o risco de suicídio.

Sintomas de transtorno bipolar em Crianças e Adolescentes

Ao contrário dos adultos com transtorno bipolar, cujos episódios tendem a ser mais fáceis de definir, as crianças e adolescentes com esta doença experienciam muitas vezes mudanças bruscas entre depressão e mania, por vezes mais do que uma vez durante o dia. Crianças na fase maníaca da desordem tendem a ser mais irritáveis e a ter comportamentos destrutivos. Nas idades mais jovens, também são frequentes sintomas mistos.
Se a doença só se desenvolver no final da adolescência, estes indivíduos tendem a ter sintomas e episódios típicos de transtorno bipolar em adultos.


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INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA TODOS

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ESTAMOS DE OLHO












terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

TEM CASOS QUE PASSAM DESPERCEBIDO


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depressão é uma doença que afeta o estado de humor e reduz a capacidade de sentir satisfação ou prazer. Hoje, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, a depressão acomete cerca de 10% dos brasileiros, com maior incidência entre pessoas de 20 a 30 anos e acima dos 60 anos. Porém, um dado da Organização Mundial da Saúde (OMS) é ainda mais alarmante: até 2030 a doença deverá ser a segunda maior causa da perda de qualidade de vida no mundo.

Por ter uma alta incidência, a depressão exige atenção por conta da falta de informação e o desconhecimento dos principais sintomas pela população, que, muitas vezes, deixa de buscar tratamento adequado por não saber distinguir tais sinais. Exemplo disso é a frequente associação de uma simples tristeza à depressão.

O estado clínico de depressão só se caracteriza quando há ocorrência de quatro ou mais sintomas ao mesmo tempo.

A origem da depressão está ligada diretamente a circunstâncias estressantes da vida, desequilíbrio químico, fatores genéticos, de personalidade e ambientais. Por isso, é fundamental saber identificar corretamente os sintomas, sempre com o auxilio e diagnóstico de um especialista.

Deve-se ter em mente que a depressão pode matar, ou por suicídio, ou por agravar uma doença já existente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença está associada à morte de cerca de 850 mil pessoas por ano.

O tratamento da depressão, seja ela em estágios leves, moderados ou graves, quase sempre é realizado com auxílio de antidepressivos e terapias, e buscam amenizar prejuízos no dia a dia das pessoas, suas relações familiares e profissionais.

O paciente precisa ter em mente que o tratamento é de longo prazo e que costuma surtir efeito entre duas a quatro semanas de medicação. Para um melhor resultado, o processo deve ser mantido por alguns meses após o término dos sintomas, assegurando que o paciente não tenha uma recaída. Contudo, há casos de depressão recorrente que necessitam de tratamento prolongado que pode atingir dois, cinco ou mais anos.

Os principais sintomas da depressão são:

- Distúrbios do sono: insônia ou hipersônia;
- Sensação de inutilidade;
- Dificuldade de concentração;
- Sentir-se chateado a maior parte do tempo;
- Perda ou ganho significativo de peso;
- Interesse diminuído ou perda de prazer para realizar as atividades rotineiras;
- Culpa excessiva;
- Fadiga ou perda de energia;
- Agitação ou retardo psicomotor;
- Ideias recorrentes de morte ou suicídio.
Ilustração: divulgação

Serviço
Se você tem depressão ou sente um ou mais dos sintomas acima, entre em contato com um dos serviços voltados para o público da Terceira Idade no HC (Hospital das Clínicas de São Paulo):

- Se você tem até 65 anos: ligue para (11) 3069-7804 e procure por Ana Paula, que fará a pré-triagem por telefone;

AVC e Exercício físico


 
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trabalhos de recuperação com exercicios fisicos são importantes para que o paciente venha á ter uma vida mais regrada caso você tenha um familiar nessas condições procure um profissional qualificado para ajudar na nas atividades do cotidiano .
 
 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

SAÚDE DO IDOSO

Osteoporose não está ligada somente ao envelhecimento; saiba como evitar a doença

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saiba curtir a vida

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

ENFARTE PREVENÇÕES PRATIQUE EXERCICIOS FISICOS

Reabilitação Cardíaca após enfarte do miocárdio Imprimire-mail
     18/2/2013  
Artigo

O que é um programa de Reabilitação Cardíaca após enfarte do miocárdio?

Reabilitação Cardíaca (RC) é “o conjunto das intervenções necessárias para fornecer ao doente cardíaco uma condição física, psicológica e social tão elevadas quanto possível, de forma que os doentes com patologia crónica ou pós aguda possam, pelos seus próprios meios, preservar ou retomar o seu lugar na sociedade”.

Os programas RC após enfarte do miocárdio desenrolam-se em 4 fases, com dois componentes fundamentais, o exercício físico e o ensino (dirigido ao conhecimento da doença aterosclerótica e dos seus factores de risco):

Fase
Designação
Inicio
Duração Média (Semanas)
I
Intra - Hospitalar
Dia 1
2 – 4
II
Adaptação/Convalescença
Após Alta
2 – 6
III
Treino
Fim da fase de adaptação
12
IV
Manutenção
Fim da fase de treino
Indeterminado


A quem se DESTINA?
A todos os doentes após enfarte qualquer que seja o tempo decorrido desde o acidente cardíaco, com a excepção dos que têm arritmias graves e dos que sentem angina de peito, cansaço ou falta de ar desencadeados por pequenos esforços. Também está indicado para os doentes coronários que nunca tiveram enfarte, após angioplastia (dilatação) ou cirurgia coronária (vulgo “bypass”).

Antes do início do programa deve obter o consentimento do seu medico assistente.

Quando devo COMEÇAR?

Está sempre a tempo de o fazer, qualquer que seja o intervalo de tempo decorrido desde o enfarte!

O que é que vou APRENDER?

Vai adquirir conhecimentos sucintos que lhe permitam entender os fundamentos dos cuidados médicos de que está a ser alvo, para os quais é indispensável a sua colaboração.

Ficará com noções básicas de Anatomia e Fisiologia do coração, sobre aterosclerose e doença coronária, diferentes formas clínicas da doença coronária (p. ex.: o enfarte do miocárdio), factores de risco, tratamentos disponíveis, dieta, estilo de vida, personalidade do doente coronário, vantagens do relaxamento e do exercício físico regular e a necessidade de adoptar um estilo de vida saudável, conhecendo e respeitando as suas limitações.

É de toda a conveniência que os seus familiares mais próximos também conheçam esta informação de forma a apoiá-lo na sua recuperação.

Onde devo dirigir-me par iniciar um PROGRAMA?


Nas cidades de Lisboa e do Porto já existem alguns centros de RC conhecidos dos cardiologistas e dos médicos de Clínica Geral. Deve ser o seu médico assistente a informá-lo sobre o centro a que deve recorrer. Se tiver uma situação cardíaca isenta de risco e boa tolerância ao esforço poderá ser aconselhado a realizar exercício físico sozinho ou num clube desportivo. Os centros de RC estão particularmente habilitados para orientar os doentes dos primeiros 3 - 6 meses após enfarte, os que têm uma má condição física ou uma situação cardíaca que exige que o exercício seja praticado sob supervisão ou com controlo permanente do electrocardiograma.

Os esquemas que implicam um horário fixo, monitor das sessões, integração num grupo e um pagamento de uma quantia razoável são os que melhor promovem a assiduidade.


Que tipo de EXERCICIO FÍSICO devo realizar?
O tipo de exercício mais adequado para cada caso deve ser seleccionado em função do tempo que passou desde o enfarte do miocárdio, da presença de outras doenças associadas, dos gostos pessoais e das passibilidades de espaço e dos materiais do ginásio ou do local de treino. Nos convalescentes de enfarte do miocárdio, em particular nos doentes com baixa tolerância ao esforço, como nos destreinados, nos do sexo feminino e nos idosos deve-se começar pela marcha por ser baixo impacto e poder ser efectuada a várias intensidades.
Image
Recomenda-se a marcha, o “jogging”, a corrida, o ciclismo, a natação, o remo e a dança aeróbica, em detrimento de exercícios que exigem esforços curtos e de grande intensidade, como por exemplo, os sprints, o halterofilismo, o ténis (singulares) e o futebol que condicionam uma sobrecarga importante para o aparelho cardiovascular.

QUANTAS VEZES por semana?
Recomenda-se 3 a 5 vezes por semana

Qual o formato correcto para uma SESSÃO DE RC?
As sessões devem ter a duração de 45 - 60 minutos, desenrolando-se em 3 tempos. No primeiro - aquecimento - preparam-se os diferentes grupos musculares e as articulações para o exercício. Dura cerca de 15 minutos e é constituído por alongamentos, exercícios respiratórios e de flexibilidade e coordenação. Permite aumentar a capacidade para os esforços e reduzir a possibilidade de lesões do aparelho locomotor, de arritmias e de crises anginosas.

Em seguida vem o tempo nobre – o exercício já indicado, realizado de forma contínua ou em períodos de 3 - 6 minutos intervalados por um momento de repouso até perfazer 20 a 45 minutos.

Por fim vem o relaxamento para permitir uma recuperação em 5 – 10 minutos do esforço dispendido.


É necessário um ESFORÇO MUITO VIOLENTO?

O esforço deve ser sempre moderado e realizado sem espírito de competição. A intensidade do esforço deve ser de forma a permitir-lhe respirar e falar ao mesmo tempo. Não deverá sentir sofrimento, embora possa suar!

Nos programas de RC supervisionada doseia-se a intensidade pelo valor da pulsação cardíaca a manter durante o exercício, calculado a partir dos parâmetros de uma prova de esforço realizada previamente.

Caso queira seguir este sistema mais rigoroso deve perguntar ao seu médico qual deve ser a sua pulsação no decorrer do treino. De qualquer forma, lembre-se que não deve ter sensação de estar a realizar um esforço de intensidade superior a “um pouco ou moderadamente pesado”.


Quais são os SINAIS de ALARME no decorrer do exercício?
Deve interromper uma sessão de treino se notar angina de peito, fadiga desproporcionada, falta de ar, palpitações, tonturas, sensação de desmaio, enjoo ou vómitos.

Fora das sessões, se sentir falta de forças, sonolência ou insónia deve avisar o seu médico, porque provavelmente vai ser aconselhado a moderar a intensidade do exercício.

Que EQUIPAMENTO devo utilizar?
Nas sessões de exercício utilize menos uma camada de roupa do que está a usar no dia-a-dia. Não se preocupe com os aspectos estéticos do seu equipamento; mas recomendo-lhe que escolha roupas de algodão (fuja das fibras sintéticas) e adquira uns “sapatos de ténis” de boa qualidade para o protegerem de lesões ósteo-musculares.

O EXERCÍCIO FÍSICO não pode fazer mal?
Para reduzir a possibilidade destas complicações deve ter sempre autorização médica prévia para a prática do exercício, baseada pelo menos numa prova de esforço. No decorrer das sessões não se esqueça de efectuar o aquecimento e o relaxamento nem ultrapassar as intensidades de esforço recomendadas. Oriente o seu espírito de competição para a assiduidade e para o aumento do número de sessões por semana e da sua duração, desvalorizando a intensidade do esforço.

Nunca se esqueça de tomar a sua medicação, porque sem a protecção dos medicamentos pode colocar-se numa situação de risco. Não pratique exercício durante uma doença aguda como uma vulgar “gripe” ou uma diarreia sem as ter curado completamente. Lembre-se ainda que deve reduzir a duração e a intensidade do esforço em situações meteorológicas adversas de temperatura (frio ou calor excessivo), vento, chuva ou neve.

Se respeitar estas recomendações pode exercitar-se com confiança uma vez que a probabilidade de lesões ósteo-musculares ou de problemas cardíacos (morte, enfarte do miocárdio, arritmias graves ou agravamento da doença) nos participantes dos Programas de RC, é inferior à dos doentes que não praticam exercício regularmente.


E QUANDO é que eu POSSO…?
Após enfarte não complicado, recomenda-se habitualmente a retoma da vida sexual às 4 – 6 semanas, a condução de automóvel às 6 – 8 e a actividade profissional entre 8 e as 12 semanas.


Mas afinal isto é só EXERCÍCIO?
De forma nenhuma! O controlo dos factores de risco, a redução do stress e a eventual adequação da sua actividade profissional é parte integrante do programa e têm tanto valor como o exercício.
Aconselho-o vivamente a ler os capítulos desta publicação que tratam destes assuntos.

Abandone o tabaco, controle a pressão arterial, esforce-se por ter o seu peso ideal e níveis normais de glucose e lípidos. A pressão sistólica (vulgarmente conhecida como a “máxima”) deve ser entre 150 – 110 mmHg e a diastólica (“ a mínima”) entre 90 e 75. A glucose em jejum, o colesterol total, o LDL e os triglicéridos devem ser, respectivamente, inferiores a 110, 200, 130 e 200 mg/dl.

Certamente já ouviu falar do “colesterol bom”. O HDL – que deverá ser superior a 39 mg/dl e a 25 % do colesterol total.

A dieta é sempre o primeiro passo para controlar estes parâmetros, mas é frequente ser necessário recorrer a medicamentos para obter aqueles objectivos.

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Para que vou ter este TRABALHO todo?
Temos boas razoes para lhe recomendar um Programa de RC:

1 Aumento da sua capacidade de esforço, com melhor conhecimento dos seus limites.
2 Redução do impacto psicológico do enfarte do miocárdio em si e nos seus familiares.
3 Reintegração total e precoce na vida familiar e sócio-profissional.
4 Atraso das recaídas e aumento da esperança de vida.

 

 

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Fisiologia do Exercício e Treinamento Resistido na Saúde, na Doença e no Envelhecimento

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A atividade física é atualmente reconhecida como um importante fator promotor de saúde em todas as idades (49, 67, 75). Estudos epidemiológicos evidenciaram que as populações fisicamente ativas têm menor incidência de muitas doenças crônicas, entre elas a hipertensão arterial, obesidade, diabetes do tipo II, dislipidemia, osteoporose, sarcopenia, ansiedade e depressão. Consequentemente, diminui a ocorrência de aterosclerose e suas consequências: doença coronariana (85, 93, 102, 103), doença cérebro-vascular e doença vascular periférica.
A atividade física também tende a manter níveis adequados de aptidão física durante o envelhecimento, reduzindo o risco de quedas e permitindo a realização confortável e segura dos esforços da vida diária. As pessoas adequadamente ativas apresentam menor risco de confinamento no leito devido à fraturas ósseas ou incapacidade física, apresentando menor taxa de mortalidade por infecções pulmonares e tromboembolismo.
Alguns estudos associam pouca atividade física com altas taxas de mortalidade por todas as causas, e estima-se que 250.000 mortes por ano nos Estados Unidos da América poderiam ser evitadas por atividade física habitual. De maneira geral, a atividade física tem efeitos fisiológicos contrários aos do sedentarismo (45). A composição corporal tende a piorar no sedentarismo devido ao aumento do tecido adiposo e redução da massa óssea e da massa muscular.
Todas as qualidades de aptidão física apresentam redução em seus níveis nas pessoas sedentárias, dificultando a vida diária e reduzindo o bem estar psicológico e social. O fato de que os efeitos do sedentarismo são lentamente instalados, explica porque pessoas jovens sedentárias não costumam ter consciência dos seus malefícios. Por outro lado, as pessoas idosas sentem os efeitos do sedentarismo nas limitações que encontram para a vida diária, e nas doenças crônicas manifestas.
Os efeitos salutares e terapêuticos da atividade física ocorrem devido a alguns mecanismos conhecidos e devido a outros ainda pouco compreendidos (30, 69). Entre eles estão o aumento do HDL-colesterol, redução dos triglicerídeos, redução da pressão arterial de repouso, diminuição da sensibilidade à adrenalina, estímulo de fatores endoteliais de vasodilatação, redução da agregação plaquetária, estímulo à fibrinolise, aumento da sensibilidade das células à insulina, produção de citocinas anti-inflamatórias, estímulo ao metabolismo dos carboidratos, estímulo hormonal anabolizante, modulação imunológica, maior gasto calórico, tendência à elevação da taxa metabólica basal, estímulo trófico músculo-esquelético, melhora da estabilidade articular dinâmica e analgesia neuro-endócrina.
Aspecto relevante é que a menor incidência de doenças sistêmicas crônicas parece ser efeito comum de qualquer tipo de atividade física, entendida como contração muscular. A atividade física geralmente leva ao movimento, mas nem sempre: contração muscular isométrica é atividade física e não produz movimento articular. A caraterística em comum de todos os tipos de atividade física é o gasto calórico. Assim sendo, são esperados efeitos salutares advindos do trabalho braçal, das diversas modalidades esportivas, do lazer com atividades físicas e dos programas sistematizados de condicionamento físico (85, 93, 102).
O único parâmetro das atividades físicas que parece manter proporcionalidade com a redução na incidência de doenças sistêmicas crônicas é o gasto calórico. Quanto mais calorias forem gastas em atividade física habitual maiores serão os benefícios para a saúde, mas as maiores diferenças na incidência de doenças ocorrem entre os sedentários e os pouco ativos. Entre estes e as pessoas mais ativas, a diferença não é grande. Para que o gasto calórico das atividades físicas seja semelhante, as mais intensas podem ser realizadas em períodos mais curtos e menos freqüentes, enquanto que atividades menos intensas precisam ser mais prolongadas e/ou mais freqüentes.
Gasto calórico semanal em atividades físicas da ordem de 1.400 Kcal parece ser um objetivo adequado em programas de promoção de saúde, com atividades relativamente suaves. A redução de placas de ateromas foi demonstrada em associação com gasto calórico semanal de 2.200 Kcal (30). Trabalhos recentes demonstraram que atividades mais intensas produzem efeitos salutares com menor gasto calórico, em torno de 1.000 Kcal por semana (85, 93, 102). Um seguimento de 44.452 homens durante 12 anos demonstrou que o risco de desenvolver doença arterial coronariana diminuiu em 43% com apenas uma hora por semana de corrida, em 23% com 30 minutos por semana de treinamento com pesos, e em 18% com uma hora por semana de remo (93).
Por outro lado, as qualidades de aptidão como coordenação, velocidade, força, flexibilidade, potência, resistência e os parâmetros de condição aeróbia, são estimuladas de forma diferente pelas diversas formas de atividade física. Assim sendo, para alguns objetivos específicos, alguns tipos de atividade física poderão ser mais eficientes. Do ponto de vista do idoso, considerando a freqüente situação de comorbidades, a indicação de atividade física deve considerar seus efeitos salutares em geral e efeitos mais específicos para cada caso, mas também devem ser levadas em conta as limitações e riscos individuais. A preferência individual deve ser considerada, sempre que possível.
Para que a indicação de atividade física pelo profissional médico seja adequada, é necessário o conhecimento de alguns aspectos importantes da fisiologia do exercício.
CONCEITOS BÁSICOS
As qualidades básicas de aptidão física são:
  • Destreza: capacidade de coordenar adequadamente os movimentos.
  • Flexibilidade: capacidade de realizar movimentos amplos nas articulações.
  • Força: capacidade de gerar tensão nos músculos esqueléticos.
  • Velocidade: capacidade de realizar movimentos rápidos.
  • Resistência: capacidade de prolongar esforços.
  • Potência: capacidade de realizar trabalho na unidade de tempo. Os exercícios físicos podem ser classificados da seguinte maneira:
  • Contínuos: interrompidos apenas no final da sessão.
  • Intervalados: apresentam interrupções para descanso durante a sessão.
  • Isotônicos: apresentam alternância de contrações concêntricas e excêntricas.
  • Isométricos: utilizam contrações estáticas (isométricas).
  • Dinâmicos: isotônicos, geralmente com deslocamento do corpo no espaço.
  • Estáticos: isotônicos ou isométricos, sem deslocamento do corpo.
  • Aeróbios: a produção energética é quase que exclusivamente aeróbia.
  • Anaeróbios: grande parte da energia é produzida anaerobiamente.
  • Suaves: induzem sobrecargas seguras com pequenas alterações de homeostase.
  • Intensos: induzem sobrecargas maiores, com maiores alterações de homeostase.
As definições básicas em fisiologia do exercício podem necessitar de alguns esclarecimentos para o adequado entendimento e para suas aplicações práticas: A potência é a capacidade de realizar trabalho na unidade de tempo e também pode ser conceituada como capacidade de acelerar cargas; nos movimentos explosivos é uma associação de força com velocidade, e em atividades mais prolongadas, associa força com velocidade e resistência. A intensidade dos esforços faz referência aos graus de sobrecargas músculo-esqueléticas e cardiovasculares das atividades, em associação com suas repercussões orgânicas imediatas: circulatórias, hormonais e metabólicas.
A intensidade dos esforços costuma ser primariamente avaliada considerando-se as alterações imediatas de freqüência cardíaca e de pressão arterial, o que depende da aptidão individual: atividades consideradas intensas para pessoas debilitadas podem ser suaves para pessoas treinadas. Nos exercícios contínuos como correr, pedalar e nadar, a intensidade é proporcional à potência das atividades: quanto maior a demanda energética na unidade de tempo, maiores as sobrecargas músculo-esqueléticas e cardiovasculares e suas repercussões na homeostase. No entanto, nos exercícios resistidos com pesos, que são intervalados e atualmente muito utilizados para pessoas idosas, a potência costuma ser proporcional apenas à sobrecarga músculo-esquelética, sem paralelismo direto com a sobrecarga cardiovascular. Nestes exercícios as contrações musculares com cargas relativamente elevadas podem ser suaves mesmo para pessoas debilitadas.
Como veremos adiante, aspectos técnicos como a utilização de esforço sub-máximo, repetições baixas e intervalos longos entre as séries, garantem pequenas alterações de freqüência cardíaca e de pressão arterial. Movimentos lentos com cargas e amplitudes adequadas às condições individuais garantem suavidade do ponto de vista músculo-esquelético. A resistência é a capacidade de prolongar esforços e pode ser aplicada à atividades de maior ou menor intensidade, solicitando qualidades metabólicas específicas. Prolongar esforços de alta intensidade como a maioria das formas de trabalho braçal exige uma adaptação dos músculos esqueléticos conhecida como resistência muscular localizada. Esta qualidade associada à força garante as potências adequadas para a atividade.
Os exercícios resistidos são os mais eficientes para esse objetivo. Para prolongar esforços contínuos com qualquer intensidade, torna-se importante o desenvolvimento da potência aeróbia máxima, medida pelo VO2 máximo ou volume máximo de oxigênio que pode ser metabolizado em produção energética na unidade de tempo. Os exercícios contínuos com intensidades adequadas para cada situação são os mais eficientes para esse objetivo. Para prolongar atividades suaves como caminhar, é necessário o desenvolvimento da capacidade aeróbia, que é diretamente proporcional a força muscular. Os exercícios resistidos são muito eficientes para esse objetivo. A capacidade aeróbia é grande quando a pessoa consegue realizar atividades suaves recrutando pequeno número de fibras musculares e isto é conseguido quando as fibras individualmente são fortes. A utilização de poucas fibras musculares na atividade permite uma maior alternância de unidades motoras e consequentemente maior capacidade de prolongar o esforço (42).
O limiar anaeróbio é o parâmetro metabólico que mede a capacidade aeróbia. Quando a solicitação de fibras musculares ultrapassa a marca de 30 a 40% das fibras disponíveis, começa a ocorrer obstrução parcial da circulação intramuscular, dificultando a chegada de oxigênio a todas as fibras em atividade. Isto ocorre devido a compressão dos vasos sangüíneos pelo aumento de diâmetro das fibras durante a contração muscular. Esta situação desencadeia a participação da via metabólica anaeróbia na produção energética, com conseqüente elevação nos níveis de lactato sangüíneo. O aumento da força muscular aumenta o limiar anaeróbio porque a capacidade de trabalho obtida com 30 a 40% de fibras fortes em atividade é maior do que a conseguida com fibras mais fracas. Atividades aeróbias são as realizadas com intensidades abaixo do limiar anaeróbio, portanto com a produção energética exclusivamente aeróbia. Essa situação é conhecida como estado estável.
Um erro freqüente é considerar exercícios aeróbios como sendo sempre suaves, e os exercícios anaeróbios como sempre intensos. Nos exercícios contínuos a intensidade é proporcional à potência, e nesses casos os níveis anaeróbios de produção energética são realmente mais intensos e portanto perigosos em algumas situações. Mesmo em nível aeróbio de produção energética, quando a potência se aproxima do limiar anaeróbio, exercícios contínuos podem ser intensos, com sobrecargas músculo-esquelética e cardiovasculares perigosas para pessoas debilitadas ou com doenças crônicas. Por outro lado, nos exercícios resistidos o metabolismo energético é quase sempre anaeróbio, visto que geralmente mais de 40% das fibras são solicitadas, mas como já vimos, estes exercícios podem ser suaves. Um aspecto de nomenclatura em fisiologia do exercício que tem gerado alguma confusão é a atual designação dos exercícios em que as contrações musculares ocorrem contra alguma forma de resistência, geralmente pesos.
Em português, as denominações mais tradicionais para a utilização desses exercícios são: treinamento com pesos, ou de força, ou contra-resistência. Em inglês as denominações clássicas são weight training ou strength training. Mais recentemente, surgiu em inglês a denominação resistance training ou resistive training, cujo significado é treinamento de força, realizado contra resistências (29). A tradução mais adequada é treinamento resistido. No entanto, muitas vezes essas expressões são traduzidas com um de dois significados: exercícios contínuos de resistência (pedalar, nadar, caminhar ou correr), ou exercícios com pesos mais leves e maior número de repetições. As duas interpretações estão incorretas.
APTIDÃO FÍSICA NA VIDA DIÁRIA
O aprimoramento das qualidades de aptidão física tem evidente importância quando existe o objetivo de realizar grandes esforços, como no caso da prática esportiva. No entanto, os esforços da vida diária exigem aptidão em níveis adequados para que as atividades sejam possíveis e não representem fatores de desconforto ou risco de lesões músculo-esqueléticas e acidentes cardiovasculares. Neste sentido é importante o conhecimento dos efeitos das diversas qualidades de aptidão nas atividades diárias comuns, para que intervenções com exercícios sejam eficientes. Pessoas idosas costumam apresentar perda progressiva da aptidão geral, como conseqüência do sedentarismo prolongado. Paralelamente, processos patológicos podem limitar a capacidade de realizar exercícios, justificando que as intervenções com atividade física sejam criteriosas e objetivas.
O sedentarismo ou a hipocinesia induzida por doenças levam a uma redução gradativa e às vezes acentuada das qualidades de aptidão física, podendo comprometer seriamente a capacidade de realizar atividades diárias, dificultando a locomoção, aumentando os riscos de quedas e criando situações de risco cardiovascular nos esforços habituais. As qualidades de aptidão física que mais comprometem a qualidade de vida quando reduzidas são força e flexibilidade. Com relação à flexibilidade, a sua redução pode dificultar a realização de movimentos ou até mesmo impedi-los (40). No entanto, mesmo na presença de processos degenerativos ou inflamatórios crônicos das articulações, é possível promover ganhos de flexibilidade. Aspecto relevante é que os exercícios habitualmente utilizados para induzir melhorias na força muscular, também promovem ganhos de amplitude articular, até os limites permitidos pelas alterações patológicas. Ainda do ponto de vista biomecânico, a força muscular também é fundamental para a realização dos movimentos (40).
Tomando como exemplo a ação de levantar de uma cadeira, sabe-se que uma pessoa jovem utiliza em média 50% da força do músculo quadríceps para levantar lentamente, e cerca de 70% da força disponível para levantar rápido; uma pessoa de 80 anos, sedentária, utiliza em média 90% da força do quadríceps para levantar lentamente, e seria necessário 120% da força disponível para levantar rápido. Portanto, a realização dos movimentos necessários para a vida diária depende de graus relativamente elevados de força muscular. Particularmente o trabalho braçal, profissional ou doméstico, é muito dependente da força e da resistência dos músculos esqueléticos. Os exercícios mais utilizados para aumento da força dos músculos também são os mais eficientes para promover a chamada “RML” (Resistência Muscular Localizada), permitindo prolongar as atividades intensas. A capacidade de manter o equilíbrio do corpo é importante para diminuir o risco de quedas (40).
A redução da força muscular parece ser o principal responsável pelo aumento da incidência de quedas em pessoas idosas, tendo importância secundária a redução dos reflexos posturais. Mesmo com reflexos presentes, a queda pode ser inevitável se os efetores finais que são os músculos esqueléticos estiverem fracos. A capacidade de locomoção pode ser seriamente afetada pela redução da força muscular (40). Para a que a marcha seja possível, confortável e segura, a força é a aptidão mais importante. A capacidade de manutenção da postura, do equilíbrio e de aceleração para os passos dependem diretamente da força muscular. Resistência para caminhar significa poder prolongar a marcha confortavelmente. Esta condição depende da capacidade aeróbia, medida pelo limiar anaeróbio e muito estimulada pelo aumento da força muscular.
Como já vimos, o limiar anaeróbio é a intensidade de esforço acima da qual a produção energética não pode ser mantida apenas pela via metabólica aeróbia. Sempre que as fibras musculares individualmente apresentam discretos graus de força, a tensão necessária para o movimento é conseguida com o recrutamento de maior número de fibras. Pessoas fortes caminham com ativação de poucas unidades motoras, enquanto que pessoas fracas utilizam muitas fibras para a marcha. Visto que quando mais do que 30 a 40% das fibras musculares são ativadas a produção energética não pode ser realizada exclusivamente pela via metabólica aeróbia, nestas situações ocorre produção de ácido láctico e conseqüente aumento de lactato no sangue. Muitos idosos debilitados caminham anaerobiamente, com desconforto e fadiga precoce. O quadro clínico é o de claudicação intermitente, com o repouso permitindo continuar a marcha por mais alguns passos. Pessoas debilitadas tem limiar anaeróbio baixo porque pequenas intensidades de esforço já solicitam mais de 40% das fibras musculares. O aumento da força muscular aumenta o limiar anaeróbio e a capacidade aeróbia, o que aumenta a resistência para esforços em geral (59).
Aspecto ainda pouco divulgado é que a força muscular também é importante para diminuir o risco de acidentes cardiovasculares nos esforços da vida diária. Isto ocorre porque as pessoas mais fortes realizam as atividades com menor número de fibras musculares, comparativamente com pessoas mais debilitadas. A utilização de menor número de unidades motoras ativa menos os ergoceptores musculares, que são terminações nervosas livres dispersas entre as fibras (66). A ativação dos ergoceptores desencadeia por mecanismos reflexos o aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial, além do aumento da freqüência respiratória. Assim sendo, pessoas mais fortes realizam tarefas com menores alterações hemodinâmicas do que pessoas debilitadas, apresentando nos esforços menores valores de duplo-produto (Freqüência Cardíaca x Pressão Arterial Sistólica). Assim sendo, as pessoas com músculos mais fortes realizam esforços com menores riscos cardiovasculares e com maior conforto respiratório (61, 78).
Todas as pessoas perdem massa muscular e força após a maturidade. A perda de massa muscular ocorre basicamente devido a processo degenerativo do sistema nervoso, que leva ao desaparecimento de motoneurônios no corno anterior da medula espinal. Dessa maneira, algumas fibras brancas entram em processo de atrofia total. Com muita freqüência, associa-se a esse processo involutivo a hipotrofia de desuso, que não acomete apenas as pessoas sedentárias. As atividades físicas que não impõem aos músculos esqueléticos situações de tensão mais elevada, como por exemplo as atividades aeróbias, não impedem a hipotrofia de desuso no envelhecimento (51). Idosos que envelheceram praticando corrida e natação apresentaram parâmetros de saúde e aptidão superiores aos que envelheceram sedentários, mas a massa muscular decaiu nos mesmos níveis. No entanto, idosos treinados com exercícios de força preservaram massa muscular.
A diminuição da velocidade dos movimentos apresenta paralelismo com a redução de massa muscular: idosos treinados em exercícios de força preservaram também a velocidade dos movimentos. Sem treinamento adequado, são esperadas reduções de massa muscular em torno de 10% dos 25 aos 50 anos, e de 30% dos 50 aos 80 anos. Por outro lado, já está do*****entado que os exercícios de força em mulheres idosas pode aumentar em até 10% a massa muscular e em até 200% a força, em poucos meses de treinamento.
ESCOLHA DO TIPO DE ATIVIDADE FÍSICA
Atividades esportivas em geral podem ser muito úteis no contexto de promover qualidade de vida, em todos os aspectos. No entanto algumas considerações são necessárias (46): muitas atividades esportivas não desenvolvem força e flexibilidade em níveis adequados (51); pessoas sedentárias podem não ter níveis de aptidão necessários para a prática esportiva em geral; muitas pessoas idosas não tiveram experiência prévia em ambiente esportivo, e apresentam dificuldades de adaptação social nessas situações; mesmo com cuidados técnicos, com freqüência não é possível evitar na prática esportiva as situações de risco para lesões e para acidentes cardiovasculares. Traumas músculo-esqueléticos são comuns em atividades que envolvem saltos, arremessos, acelerações e desacelerações violentas, torções articulares, quedas, impactos e movimentos excessivamente repetidos. Fenômenos trombóticos são predispostos pelas atividades prolongadas ao sol, que se acompanham de desidratação e acidose.
Necrose isquêmica de vilosidades intestinais e de papilas renais com conseqüente perda crônica de sangue podem ocorrer nas atividades excessivamente prolongadas. Isquemia do miocárdio pode ocorrer quando a freqüência cardíaca sobe acima dos limites de tolerância individuais. Ruptura de aneurismas ou de vasos cerebrais com aterosclerose podem ocorrer quando a pressão arterial sobe excessivamente durante a atividade. Depressão hormonal e imunológica podem ser uma consequência de altos volumes de atividade física sem recuperação adequada do organismo. Nossa proposta em atividade física para promoção de saúde em todas as idades é a utilização de programas simples de condicionamento físico, que possam estimular as aptidões importantes para a vida diária confortável e segura, associando objetivos terapêuticos quando necessário.
O aprimoramento da aptidão com programas bem estruturados poderá tornar possível e mais segura qualquer outra forma de atividade física. Nossa experiência no CECAFI – Centro de Estudos em Ciências da Atividade Física, da Disciplina de Geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, é no sentido de que programas que utilizam exclusivamente exercícios resistidos estão se mostrando muito eficientes e seguros para os objetivos mencionados, mesmo para pessoas muito debilitadas e com muita comorbidade. Os principais grupos musculares podem ser ativados com cinco à dez aparelhos em área física aproximada de 20 a 40 m2, suficiente para o atendimento de 15 à 30 pessoas em cerca de uma hora, duas vezes por semana. Para pessoas idosas recomendamos aparelhos com sistema de alavancas em função da maior segurança e conforto articular. Para todos recomendamos a caminhada freqüente como exercício aeróbio, desde que a força muscular esteja em níveis compatíveis com a segurança na marcha. Apenas para os envolvidos em esportes recomendamos treinamento aeróbio mais intenso.
A maioria dos idosos debilitados não têm condições físicas para exercícios aeróbios, visto que a simples locomoção já é um esforço anaeróbio. Ainda no caso de idosos, são freqüentes as situações de dores articulares que impedem o alongamento sistemático visando ganhos de flexibilidade. Com freqüência, idosos sedentários não conseguem realizar com conforto e segurança outro tipo de exercício que não o treinamento resistido. As recomendações para programas de condicionamento físico nos consensos de entidades propõem a associação de exercícios aeróbios, exercícios de flexibilidade e de exercícios resistidos. Dois aspectos no entanto devem ser esclarecidos: 1) o objetivos desses programas é o desenvolvimento das qualidades de aptidão física, visto que para a promoção de saúde qualquer tipo de atividade física parece ser eficiente, desde que adequada às condições físicas das pessoas e com gasto calórico adequado (44, 67, 75, 100). 2) a utilização de exercícios resistidos isoladamente pelas pessoas que assim o desejarem ou não apresentarem condições físicas para outras atividade pode desenvolver aptidão física adequada para uma boa qualidade de vida.
TREINAMENTO RESISTIDO E APTIDÃO FÍSICA
Todas as qualidades de aptidão física são estimuladas pelos exercícios resistidos: força, potência, resistência, flexibilidade e coordenação (1, 29). O aumento da força muscular ocorre devido à aplicação de sobrecargas tensionais progressivas (29). Sempre que os músculos esqueléticos são contraidos contra alguma resistência ocorrem graus variáveis de tensão nas estruturas musculares, proporcionais à resistência. A solicitação de função contrátil do músculo caracteriza uma sobrecarga de tensão. Atividades com tensão muscular em níveis adequados e repetidas com regularidade constituem o estímulo básico para o aumento de proteinas contráteis no sarcoplasma das fibras musculares, caracterizando a hipertrofia dos músculos esqueléticos. A contração habitual dos músculos com sobrecarga tensional também produz ao longo do tempo o aprimoramento da coordenação neuro-muscular, no sentido do recrutamento de unidades motoras para ação simultânea (77).
A hipertrofia e a melhor coordenação resultam em aumento da força muscular. Como qualquer sobrecarga, a graduação da tensão é fundamental para que se obtenha aprimoramento de funções, evitando-se os riscos de lesões ou outros efeitos deletérios ao organismo. A aplicação graduada de sobrecarga tensional aos músculos esqueléticos tem sido obtida de maneira ideal, eficiente e segura, com a utilização dos exercícios resistidos. A velocidade dos movimentos nas atividades físicas é uma forma de potência, traduzida nesse caso como a capacidade de acelerar o corpo ou partes do corpo (29). Como já vimos, a velocidade dos movimentos acompanha os níveis de força muscular. A resistência para todos os tipos de esforços aumenta com o treinamento resistido (29, 42, 59). Prolongar esforços intensos depende basicamente da resistência muscular, e prolongar esforços suaves depende da capacidade aeróbia, medida pelo limiar anaeróbio(1).
Embora com discretos aumentos de potência aeróbia, exercícios resistidos por 10 semanas conseguiram aumentar em cerca de 50% a resistência para pedalar até a exaustão (43). A flexibilidade tende a aumentar durante o treinamento resistido provavelmente porque os limites dos movimentos são adequadamente solicitados nas amplitudes articulares disponíveis (2, 29). O alongamento muscular faz parte dos exercícios resistidos, ocorrendo durante a fase excêntrica. Na vigência de processos patológicos, o ganho em flexibilidade pode ser limitado por dor ou alterações anatômicas, independente do tipo de exercício realizado. Os graus de flexibilidade que pessoas sem alterações patológicas conseguem por meio do treinamento resistido não são máximos, embora sejam mais do que suficientes para uma boa qualidade de vida. A coordenação neuro-muscular melhora com a prática dos exercícios resistidos (29), que por serem lentos e amplos, estimulam adequadamente as terminações nervosas proprioceptoras. Dessa maneira melhora o equilíbrio, a precisão de movimentos e a consciência corporal.
METABOLISMO ENERGÉTICO DOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS
Do ponto de vista metabólico os exercícios resistidos são sempre anaeróbios, a não ser quando realizados com intensidade muito baixa, o que não é normalmente utilizado (29). Como já vimos, o limiar anaeróbio corresponde a cerca de 30 à 40% das fibras musculares em atividade, e o treinamento resistido costuma recrutar porcentuais mais elevados de fibras. A falta de oxigênio disponível nos músculos por ocasião do início de esforços intensos é o principal determinante do metabolismo anaeróbio nos exercícios com pesos. Além disto, a contração de várias fibras musculares ao mesmo tempo leva à interrupção parcial do fluxo sanguíneo ao músculo, dificultando o metabolismo aeróbio. Após as primeiras repetições, o ácido láctico começa a ser produzido em maiores quantidades, levando à fadiga muscular. Os esforços anaeróbios são sempre interrompidos devido à fadiga, exigindo intervalos de recuperação para a sua continuidade.
Todavia, durante os esforços anaeróbios, o organismo sempre tenta ativar ao máximo a captação e transporte de oxigênio, por mecanismos reflexos e imediatos. Dessa maneira ficamos dispneicos e taquicárdicos após um esforço de alta intensidade, mesmo quando o exercício é muito curto. No treinamento com pesos, os intervalos para descanso ocorrem após alguns movimentos consecutivos. Assim sendo, não há tempo de atividade suficiente para que a participação aeróbia seja grande, o que também é dificultado pela interrupção parcial do fluxo sanguíneo. Em esforços anaeróbios mais prolongados, como nas corridas de velocidade por exemplo, a duração maior do esforço permite que os mecanismos de captação e transporte de oxigênio sejam ativados plenamente, podendo ser atingido o VO2 máximo do indivíduo. A via metabólica aeróbia em atividade durante os exercícios anaeróbios, e nos seus intervalos de recuperação, é a principal via metabólica para eliminação do lactato produzido. Assim sendo, o ácido láctico formado na via anaeróbia, reconvertido a precursores, é oxidado pela via aeróbia, e pode-se compreender o aumento de enzimas oxidativas nas fibras musculares induzido por esforços habituais não realizados em estado estável (aeróbio).
Exercícios contínuos como corrida, ciclismo, natação ou ginástica, quando realizados em intensidades anaeróbias, são considerados perigosos para pessoas debilitadas, em grupo de risco cardiovascular, ou portadoras de doenças e lesões do aparelho locomotor. Isto se deve a que as sobrecargas aumentam proporcionalmente às intensidades, sendo a anaerobiose apenas um indicativo de sobrecargas altas. No caso dos exercícios resistidos, embora o metabolismo energético seja sempre anaeróbio, o grau de segurança pode ser alto desde que as intensidades não sejam máximas, como veremos posteriormente.
AUMENTO DA MASSA MUSCULAR
A aplicação de sobrecarga tensional progressiva é o principal estímulo para aumento da massa muscular (29,34, 95, 96). A tensão muscular tem um efeito catabólico imediato, devido à ativação de proteases miofibrilares do sarcoplasma. No repouso que se segue ao período de atividade, aumenta acentuadamente a síntese proteica, estimulada por mecanismos hormonais e celulares. Não havendo excesso de estímulo (over-training no esporte), e estando o organismo em situação metabólica e nutricional adequadas, ocorrerá a supercompensação, que vem a ser o aumento do volume sarcoplasmático, conhecido como hipertrofia. Os exercícios resistidos induzem hipertrofia nos dois tipos básicos de fibras musculares que formam os músculos esqueléticos humanos: fibras brancas e fibras vermelhas. As fibras vermelhas também são identificadas em outras classificações como lentas, oxidativas ou do tipo I.
As fibras brancas são conhecidas também como rápidas, glicolíticas ou do tipo II. Alguns grupos musculares humanos possuem predominância de fibras brancas, enquanto que outros apresentam maior quantidade de fibras vermelhas. Considerando-se os diversos grupos musculares em conjunto, verifica-se que existe variação inter-individual nas proporções entre fibras brancas e vermelhas. Algumas pessoas possuem predomínio de um tipo sobre o outro, o que as torna mais aptas para as atividades que dependem do tipo de fibra predominante. As fibras vermelhas são recrutadas isoladamente das brancas em atividades de baixa intensidade, quando a tensão muscular durante a contração é pequena, e quando o metabolismo energético predominante é o aeróbio. As fibras brancas, com metabolismo predominante anaeróbio, são ativadas isoladamente nas atividades de velocidade pura. Nas tarefas de força e potência, normalmente utilizam-se as fibras vermelhas e brancas simultaneamente. No caso do treinamento com pesos, se fossem realizados exercícios com pequenas cargas, haveria ativação de poucas unidades motoras, todas formadas por fibras vermelhas.
Cargas maiores como normalmente se utilizam, geralmente entre 70 e 90 % de 1RM para o treinamento esportivo, ativam maior número de fibras, tanto brancas quanto vermelhas. Embora não ocorra interconversão entre os tipos básicos de fibras musculares em função do treinamento, a atividade física em geral, incluindo os esforços anaeróbios, estimula a transformação das fibras brancas II-B, glicolíticas, em fibras brancas II-A, glicolíticas e oxidativas, também conhecidas como fibras intermediárias. Embora a hipertrofia seja o principal mecanismo de aumento do volume dos músculos esqueléticos, outros fenômenos também têm participação na massa muscular (29, 95). A água intra-celular contribui muito para o volume dos músculos, com um porcentual em peso superior a 70%. O processo de hidratação das fibras musculares pode ser muito estimulado por exercícios, entre eles os resistidos. A quantidade de água intra-celular é proporcional aos depósitos de glicogênio, que atrai moléculas de água na proporção aproximada de uma grama de glicogênio para três gramas de água.
A concentração de glicogênio em músculos destreinados é cerca de 1,5%, e pode triplicar com o treinamento adequado. Exercícios resistidos que utilizam poucos movimentos, como o treinamento esportivo para força com repetições entre uma e cinco, apresentam um metabolismo energético predominantemente anaeróbio aláctico, dependente da utilização de fosfocreatina como substrato metabólico. Exercícios com repetições mais altas são mais dependentes da glicólise anaeróbia, o que leva ao consumo maior das reservas de glicogênio. No repouso que se segue à sessão de treinamento, o organismo repõe o glicogênio utilizado na atividade, com tendência à supercompensação, que resulta em aumento das reservas à níveis de até 4,5%. Com o aumento das reservas de glicogênio, aumenta proporcionalmente a quantidade de água intra-celular. Os músculos se tornam maiores e mais pesados, com maior consistência ao tato, o que habitualmente é referido como “tonificação”. A compreensão de que o aumento de consistência à palpação do músculo treinado não de deve à hipertonia é importante, para que contra-indicações ao treinamento resistido não sejam imaginadas, como é o caso das doenças hipertônicas em geral. Outro fenômeno adaptativo induzido pelo treinamento e que contribui para o aumento de volume muscular é de natureza extra-celular e consiste na maior vascularização dos músculos treinados.
No caso dos exercícios resistidos, novamente o treinamento de força esportivo com poucas repetições produz pouca vascularização, porque as quantidades de ácido láctico produzidas são pequenas. Sendo a acidose local um potente indutor de vascularização muscular, apenas os exercícios com maior número de repetições e portanto mais dependentes da glicólise anaeróbia produzem aumento importante da rede vascular. Tanto a saturação de glicogênio e água dos músculos esqueléticos quanto a sua maior vascularização, são fenômenos dependentes da produção aumentada de energia durante os exercícios. Essa maior produção energética pode ser considerada uma forma de sobrecarga metabólica, própria da atividade física. Assim sendo, podemos conceituar que a hipertrofia dos músculos esqueléticos é estimulada pela sobrecarga tensional, e que a ocorrência de maior hidratação e vascularização dependem de sobrecarga metabólica adequada.
OUTROS EFEITOS DOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS
Os exercícios resistidos constituem o mais eficiente estímulo conhecido para o aumento da massa óssea (16). Atletas treinados com pesos chegam a apresentar densidade óssea cerca de 40 % maior em relação a controles sedentários. O estímulo para aumento da massa óssea de deve ao efeito piezoelétrico, decorrente das compressões dos ossos. Aspecto relevante é nos exercícios resistidos a compressão óssea ocorre sem impacto, portanto sem um importante fator de lesão nas atividades físicas. Impacto pode ser conceituado como a desaceleração brusca do corpo em movimento, e seu efeito benéfico para a massa óssea se deve à ocorrência de forças compressivas momentâneas. Os exercícios com impacto são potencialmente mais lesivos para as articulações e para os ossos, e menos eficientes para a massa óssea do que os exercícios resistidos. Essas qualidades dos exercícios resistidos têm sido consideradas em propostas terapêuticas e profiláticas para a osteoporose (55). A degeneração das cartilagens hialinas não parece estar associada ao treinamento resistido, embora se recomende evitar excesso de trauma esportivo (28).
Tendões e ligamentos ficam mais resistentes com o treinamento resistido (29). Este fato, e a maior proteção dinâmica articular proporcionada por músculos mais fortes, explicam a menor incidência de lesões em atletas de diversas modalidades treinados com pesos (21), e os efeitos terapêuticos para sintomas reumáticos há muito observados (18). Todos os tipos de atividade física contribuem para a redução do tecido adiposo (29, 39, 70, 99). Condição indispensável para que ocorra mobilização da gordura corporal é o balanço calórico negativo, cujo principal mecanismo é a redução da ingestão alimentar. Sendo o tecido adiposo a principal forma de reserva de energia do organismo, compreende-se que quando faltam calorias na alimentação para suprir a demanda energética, ocorre mobilização de gordura corporal. A contribuição dos exercícios físicos em geral para o processo de emagrecimento decorre do aumento no gasto calórico diário.
No caso dos exercícios resistidos, ocorre também o estímulo para aumento da taxa metabólica basal devido ao aumento da massa muscular. Acredita-se que a tendência das pessoas engordarem com a idade seja em grande parte devido à redução da taxa metabólica basal decorrente de perda progressiva de massa muscular. O fato de que a mobilização de gordura ocorre apenas pela via energética aeróbia, levou à conclusões precipitadas no sentido de que apenas os exercícios aeróbios estimulariam o emagrecimento. Os trabalhos científicos não confirmam esta hipótese. Ao contrário, numerosos estudos documentam redução do tecido adiposo estimulada pelos exercícios resistidos, alguns nos mesmos níveis dos que ocorrem com os exercícios aeróbios (29, 99). Alguns trabalhos sugerem superioridade a longo prazo dos exercícios com pesos para o objetivo de redução da gordura corporal, em função do aumento da massa magra. A sensibilidade à insulina aumenta, estimulada pelos exercícios resistidos. Os exercícios resistidos estimulam o aprimoramento da função contrátil do miocárdio (17, 47).
Nos esforços intensos envolvendo contrações musculares isométricas, os corações de levantadores de peso apresentam melhor função hemodinâmica do que os corações de maratonistas, que nessas condições são semelhantes aos dos controles sedentários, demonstrando a especificidade do treinamento (3). Embora em treinamento esportivo crônico e intenso ocorra a hipertrofia das paredes ventriculares e dos séptos, os parâmetros de normalidade anatômicos e funcionais não são alterados. As câmaras cardíacas não apresentam redução progressiva como na cardiomiopatia hipertensiva ou hipertrófica, sendo normais os estudos ecocardiográficos de atletas de alto nível treinados com pesos (12, 29). A hipertrofia cardíaca obtida nos exercícios contínuos é mais acentuada do que a que ocorre nos exercícios resistidos. A pressão arterial de repouso de pessoas treinadas com pesos tende à redução, tal como ocorre com o treinamento aeróbio (10, 50). Os níveis de triglicerídeos e de LDL-colesterol tendem a diminuir, enquanto os níveis de HDL-colesterol tendem a aumentar (8).
SEGURANÇA DOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS
A segurança músculo-esquelética dos exercícios resistidos é dada pela adequação ideal das sobrecargas às condições físicas dos praticantes (22, 29, 52, 56, 60, 68, 72, 74, 91, 92). As cargas são definidas como já vimos por aproximação sucessiva, e no caso de doenças ou lesões, devem ser limitadas pelas sensações dolorosas. Os aparelhos para exercícios resistidos permitem contrações musculares contra resistências muito mais baixas do que as habituais em movimentos de ginástica clássicos, onde atua o peso corporal, muitas vezes excessivo. A adequação das amplitudes de movimento também é importante para garantir a segurança dos exercícios resistidos. Em alguns casos deve ser muito limitada, com apenas poucos graus de movimentação articular, em função de dores. Tanto as cargas quanto as amplitudes devem ser gradativamente aumentadas, em pequenos incrementos, sempre que possível. Nos exercícios resistidos não ocorrem fatores de lesões comuns em esportes como acelerações e desacelerações bruscas, torções, impacto, trauma direto e risco de quedas. O volume do treinamento, dado pela duração das sessões e pela sua freqüência semanal, pode ser também adequadamente adaptado às condições individuais, e lentamente evoluir.
Não existem evidências de interferências do treinamento resistido no crescimento estatural de crianças e adolescentes (52, 68, 92). A segurança cardiovascular dos exercícios resistidos é garantida pela adequação do duplo-produto às condições individuais (4, 5, 7, 14, 29, 33, 62, 63, 64, 89, 90). A freqüência cardíaca (FC) nos exercícios resistidos em geral é menor do que a habitual em exercícios contínuos. Fatores que podem aumentar a FC nos exercícios resistidos são as repetições altas, acima de dez, os intervalos de descanso entre séries curtos, abaixo de um minuto, e o esforço máximo. Portanto, em treinamento resistido para pessoas debilitadas ou em grupo de risco cardiovascular, mantemos as repetições na faixa de oito a doze, os intervalos entre séries entre um e dois minutos, e o grau de esforço em nível sub-máximo. A pressão arterial tende a subir em todas as formas de exercício físico. Nos exercícios contínuos a tendência é a elevação da pressão sistólica e queda ou manutenção da diastólica. Nos exercícios resistidos a pressão sistólica aumenta em picos no começo da contração concêntrica, e pode atingir valores perigosos para grupos de risco cardiovascular nas contrações lentas em apnéia. Essa situação caracteriza o esforço máximo em treinamento resistido, que não deve ocorrer em pessoas debilitadas.
Por outro lado, durante exercícios resistidos a pressão arterial diastólica tende a aumentar, sendo um dos fatores que explica a menor incidência de intercorrências arrítmicas e isquêmicas em coronarianos, comparativamente a exercícios aeróbios (7, 29). O aumento da pressão arterial diastólica durante os exercícios resistidos garante maior fluxo coronariano. Outro fator explicativo da boa tolerância cardiovascular dos exercícios resistidos com grau de esforço sub-máximo, é a menor freqüência cardíaca, que traduz menor trabalho do coração, em relação à exercícios aeróbios. Outro fator de maior segurança, sempre em comparação com exercícios aeróbios, é o menor volume diastólico final dos ventrículos, que determina baixa pressão de parede do miocárdio e conseqüentemente melhor circulação coronariana sub-endocárdica. Isto ocorre porque mesmo sem apnéia, a expiração controlada nos exercícios resistidos aumenta a pressão intra-toráxica, reduzindo o retorno venoso e o volume diatólico final. Nos exercícios contínuos, onde a sobrecarga cardíaca é dita “de volume”, em contraste com a sobrecarga “de pressão” dos exercícios resistidos, o volume diastólico final é elevado, com maior pressão de parede no miocárdio, e circulação coronariana dificultada.
A relação Pressão Diastólica / Duplo-Produto tem sido considerada um bom indicativo da relação oferta/demanda de oxigênio para o miocárdio e é francamente favorável aos exercícios resistidos em relação aos exercícios aeróbios. Em um estudo com coronarianos em processo de reabilitação cardíaca pós infarto do miocárdio, a incidência de arritmias e/ou isquemia foi de 70% em exercícios aeróbios e de apenas 3% em exercícios resistidos. Em outro estudo com a mesma população, 40 % dos pacientes exercitados em esteira apresentaram sinais eletrocardiográficos de isquemia durante a atividade, contra nenhum caso nos mesmos pacientes em treinamento resistido intenso. Os três casos de hemorragia cerebral documentados na literatura em associação com treinamento de força foram atribuídos à ruptura de aneurismas congênitos. Em mais de 26.000 testes de carga máxima realizados em ambiente universitário nenhum caso de acidente cardiovascular foi documentado.
A manobra de Valsalva aumenta as respostas pressóricas do exercício resistido e é considerada um indicativo de grau de esforço inadequado para cardiopatas em geral. Mas por outro lado, a apnéia aumenta instantaneamente a pressão externa sobre as artérias toráxicas, abdominais e cerebrais, diminuindo a probabilidade de rupturas pelo equilíbrio das pressões transmurais. Quando a apnéia se prolonga ocorre redução do volume sistólico devido à redução do retorno venoso, com conseqüente queda da pressão arterial.
ASPECTOS TÉCNICOS DO TREINAMENTO RESISTIDO
Os exercícios resistidos são realizados no sistema de séries e repetições. Repetições são os movimentos repetidos que se realizam seqüencialmente, sem descanso. Uma série é um conjunto de repetições, seguidas por um intervalo de descanso. A resistência à contração muscular pode ser proporcionada por mecanismos eletromagnéticos ou hidráulicos, por molas ou elásticos, mas geralmente é dada por pesos. Os pesos podem ser utilizados na forma de barras longas e curtas, às quais se acoplam pesos circulares chamados anilhas para formar os halteres. Esse equipamento clássico são os chamados pesos livres. Também são comuns aparelhos onde os pesos são acoplados na forma de anilhas ou de placas guiadas. Aparelhos com sistema de alavancas e anilhas estão sendo cada vez mais utilizados, para todas as finalidades de treinamento. Com esse sistema mecânico é possível projetar aparelhos que potencializam a eficiência da contração muscular, e que reduzem ao mínimo as sobrecargas nas articulações. A simplicidade mecânica desses aparelhos tem as vantagens adicionais da ausência de manutenção e do custo acessível.
Os exercícios resistidos geralmente são isotônicos ou seja, apresentam alternância de contrações concêntricas e excêntricas. Na contração concêntrica a força gerada pela contração muscular é maior do que a resistência oposta ao movimento, o que determina o encurtamento do músculo. Na contração excêntrica a força muscular é menor do que a carga, ocorrendo então o alongamento do músculo apesar da contração. Quando o exercício é levado até a exaustão muscular momentânea pode ocorrer uma fase isométrica do exercício, quando apesar da contração muscular a articulação não se move, visto que a força gerada apenas equilibra a carga. Apenas nessa fase isométrica a pressão arterial pode elevar-se de forma acentuada, o que contra-indica os movimentos até a exaustão sempre que não for seguro o aumento pressórico. As técnicas de treinamento resistido estão razoavelmente sistematizadas para esportes e aptidão (29, 52, 53, 92, 102), mas para populações debilitadas, terapêutica e reabilitação, existem apenas orientações gerais (19, 20, 23, 24, 25, 26, 27, 29, 32, 33, 35, 37, 54, 63, 64, 65, 71, 89, 90, 97).
Com base na literatura e em nossa experiência pessoal (80, 81, 82, 83, 84) propomos algumas condutas, adiante especificadas, que são utilizadas e investigadas no CECAFI / USP. A faixa de repetições habitualmente utilizada em treinamento resistido é de uma à 20. A definição das repetições que serão utilizadas deve estar em função dos objetivos pretendidos. O treinamento clássico para força utiliza repetições baixas, entre uma e cinco, com cargas evidentemente maiores do que as necessárias para mais repetições. Repetições mais altas, entre 15 e 20, são as mais utilizadas para desenvolver resistência muscular. No entanto, a faixa de repetições mais utilizada em treinamento esportivo ou terapêutico é de seis à 15, geralmente entre oito e 12. Com essa faixa de repetições consegue-se uma mescla interessante de efeitos, com aumentos consideráveis na força e na resistência, e com menores sobrecargas músculo-esqueléticas e cardiovasculares. Na área esportiva, quando se faz referência a um dado número de repetições, normalmente considera-se que repetições adicionais não são possíveis devido à exaustão momentânea da capacidade contrátil dos músculos.
Assim sendo, utiliza-se por exemplo 10RM para indicar que a pessoa faz 10 repetições máximas. Nessa situação, a maioria das pessoas aponta os números 19 ou 20 na escala subjetiva de esforço de Borg. No caso de exercícios terapêuticos, para pessoas idosas ou debilitadas, as cargas necessárias para repetições máximas podem ser excessivas, e portanto pode ser conveniente a utilização da designação 10 RsM ou seja, 10 repetições sub-máximas. Em exercícios terapêuticos geralmente são utilizados um ou dois exercícios por grupo muscular, e o número de séries varia entre duas e quatro. O mais habitual é a utilização de um único exercício por grupo muscular, com três séries, sendo a primeira e a segunda consideradas como aquecimento. Na primeira série utiliza-se cerca de 50% da carga da terceira, e na segunda, cerca de 75%.
Apenas a terceira série é considerada estímulo de treinamento. Eventualmente essa série “pesada” pode ser repetida, com a mesma carga. A escolha da carga é definida por aproximação sucessiva, sempre das menores possíveis para as maiores, em função de segurança. Para o treinamento sub-máximo, onde não ocorrem movimentos até a falência muscular, a carga da terceira série é definida observando-se a dificuldade apresentada para completar o número de repetições planejado. Quando a contração concêntrica se torna lenta, portanto próxima da isometria, interrompe-se a série. Esse ponto do exercício também pode ser identificado pela tendência incontrolável para a apnéia. Nessa situação, a maioria das pessoas classifica o esforço como “difícil”, em torno de 15 na escala subjetiva de esforço de Borg. As cargas devem ser aumentadas sempre que for possível realizar mais repetições até o ponto de interrupção de série: falência muscular no treinamento com esforço máximo, ou lentidão de movimentos no treinamento sub-máximo.
O teste de carga máxima (1RM) tem sido utilizado para documentação da força disponível. No entanto, a sua utilização para que se calculem porcentuais de carga para treinamento é uma proposta que não tem sido muito utilizada: é mais trabalhosa que o método clássico de aproximação sucessiva, e implica em maiores sobrecargas músculo-esqueléticas. Embora possível em muitas situações, no caso de doenças ou lesões do aparelho locomotor, consideramos esse procedimento formalmente contra-indicado. A freqüência ideal de treinamento parece ser de duas sessões semanais para cada grupo muscular, o mais possível espaçadas na semana. Eventualmente o treinamento pode ocorrer em mais de dois dias semanais, porém utilizando-se o sistema dividido de treino, onde apenas alguns grupos musculares são exercitados em cada sessão.
APLICAÇÕES TERAPÊUTICAS DOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS
Como em outras formas de exercício físico, consideram-se efeitos terapêuticos o aprimoramento funcional, o fortalecimento das estruturas articulares, os estímulos circulatórios tróficos, os estímulos moduladores na resposta imune e da inflamação, e a analgesia neuro-endócrina. Conseqüentemente melhoram as qualidades de aptidão física, aumenta a estabilização dinâmica das articulações, ocorre tendência para a resolução de processos inflamatórios crônicos, e os sintomas dolorosos tendem a diminuir (35).
Particularmente em pessoas idosas, algumas situações patológicas e de descondicionamento físico em que a literatura e/ou a nossa experiência (80, 81, 82, 83, 84) têm demonstrado bons resultados na aplicação dos exercícios resistidos são: inaptidão (19, 20, 23, 24, 25, 26, 27, 29, 32, 37, 44, 100), sarcopenia (19, 20, 23, 24, 25, 26, 27, 29, 32, 37, 44, 100), osteoporose (19, 20, 23, 24, 25, 26, 27, 44, 49, 55, 65, 100), diabetes do tipo II (19, 20, 23, 24, 44, 76, 79, 88, 100), dislipidemias, obesidade (19, 20, 23, 24, 29, 44, 99, 100), hipertensão arterial sistêmica (10, 19, 23, 24, 44, 50, 97, 100), coronariopatias (7,33, 63, 71, 89, 90, 97), insuficiência cardíaca (11, 41, 58, 97), asma e DPOC (6, 41, 87), insuficiência arterial periférica, instabilidades articulares (18, 73), artroses (18, 86), artrites (18), artralgias idiopáticas (18), entesopatias (18), tendinites e tenosinovites (18), capsulites (18), distrofia reflexa (18), bursites (18), fasciite (18), fibrosite/fibromialgia (18), paniculite (18), discopatias e dores referidas ou irradiadas na coluna vertebral (9, 18, 36) , distúrbios posturais (18, 36, 73), neurites periféricas, hemiplegia por AVC (15, 73, 94, 98), doença de Parkinson (73), paralisia cerebral (13, 31, 57, 73), sintomas psicossomáticos e depressão (73).
A situação atual do conhecimento não permite afiançar superioridade terapêutica dos exercícios resistidos para todas as situações elencadas. Bons efeitos também têm sido documentados com outras formas de exercícios, de tal maneira que estudos comparativos são necessários. No entanto, com freqüência, os profissionais envolvidos com exercícios terapêuticos são alvo de campanhas destinadas a promover métodos e técnicas, sem que evidências científicas tenham confirmado a suposta indicação preferencial divulgada. Tal é o caso de métodos de reeducação postural, exercícios em cadeias e técnicas de alongamentos. A observação sugere que os benefícios obtidos com o alongamento muscular isoladamente também ocorrem nos exercícios resistidos, associados ao fortalecimento. Nos exercícios isotônicos resistidos o encurtamento muscular rápido da fase concêntrica é seguido do alongamento mais lento dos músculos na fase excêntrica.
Sem especulações, podemos apenas afirmar que as características singulares de eficiência e segurança dos exercícios resistidos e as evidências já disponíveis, colocam em destaque essa forma de treinamento físico em promoção de saúde, terapêutica e reabilitação, em todas as idades. Atualmente os programas de condicionamento físico para idosos estão enfatizando cada vez mais os exercícios resistidos, em função da documentação de suas qualidades (19, 20, 23, 24, 25, 26, 27, 29, 32, 35, 37, 44, 54, 61, 65, 71, 76, 86, 97, 100). Aspecto que vem sendo muito valorizado é a grande oportunidade de socialização proporcionada pelas sessões de exercícios com pesos. Isto se deve à que os exercícios, embora individuais, são realizados em grupos, onde cada pessoa se sente companheira da outra, com um objetivo em comum que é o treinamento. Os exercícios não produzem sensação de desconforto respiratório e são interrompidos para intervalos de descanso, favorecendo a interação verbal entre as pessoas.