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PROFESSOR NELSONSANTOS ( PERSDONAL TRAINER )
O PODER DA ATIVIDADE FÍSICA
PROFESSOR NELSON SANTOS
UFRJ – graduação
em Educação Física/ FGV – MBA Administração Esportiva / UGF – Pós Graduação
Fisiologia/UERJ -Pós Graduação em Gerontologia (Em curso)/Personal Training/
Professor da Academia A!BODYTECH
E.MAIL:NELSON_ENFERMAGEM@HOTEMAIL.COM.BR
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A atividade
física é reconhecida pela comunidade científica como um dos mais poderosos
agentes na promoção da saúde e da qualidade de vida . A adoção de um estilo de
vida saudável que consiste de atividade física regular e dieta balanceada, além
de melhorar significativamente a qualidade de vida , retarda o processo de
envelhecimento e atua com eficiência no combate e prevenção das doenças
degenerativas (Shephard / 1997). Desde a década de 50 , vários estudos vem
comprovando a maior prevalência de doença coronariana nos indivíduos
sedentários.
Numa revisão de
43 estudos referentes às adaptações causadas pelo exercício no sistema
cardiovascular , Powell e col. (1987) , observaram que a inatividade física
representa o principal fator de risco para o desenvolvimento de coronariopatias
. O processo de automatização das tarefas diárias, faz com que todos poupem
tempo e esforço físico e em decorrência desse progresso tecnológico, a moderna
sociedade ocidental se tornou mais inativa e conseqüentemente mais obesa. A
constatação que a inatividade física ocorre inclusive na infância é um dado
extremamente preocupante em termos de saúde pública . A possibilidade da
criança ou adolescente inativo vir a ser um adulto e finalmente um idoso
sedentário é muito grande . É imperativo que todos os profissionais da área de
saúde se empenhem em reverter este quadro de crescente tendência ao
sedentarismo. O hábito de praticar regularmente alguma atividade física deve ser
incentivado em todas as faixas etárias .
A seguir
abordaremos os aspectos mais importantes do processo de
envelhecimento:
EXPECTATIVA DE
VIDA
A população de
idosos no mundo está aumentando exponencialmente, sobretudo na faixa etária
acima de 85 anos (American College Sports Medicine – ACSM / 1998). O avanço da
medicina, através de novas técnicas cirúrgicas e sofisticados equipamentos para
diagnóstico e medicamentos mais eficientes, tem evitado muitas mortes prematuras
. Um controle clínico mais eficiente dos pacientes portadores de doenças
crônicas, aumenta significativamente a sobrevida dos mesmos (Shephard / 1997) .
Outros fatores que também contribuíram para o aumento da expectativa de vida
são, a conscientização da população quanto a importância da higiene pessoal, a
prevenção das doenças infecto-contagiosas e a adoção de uma dieta mais saudável
.
Pode-se
considerar o aumento da expectativa de vida uma grande conquista da sociedade
moderna, mas também devemos levar em consideração que o fato de viver mais, não
significa necessariamente viver bem .
O processo
degenerativo do organismo ocorre gradativamente a partir dos 20-22 anos e se
acentua a partir dos 60-65 anos. O declínio ocorre para todos, sem exceção, mas
a velocidade e a inclinação do declive são diferentes quando são comparados, os
indivíduos ativos com sedentários.
O indivíduo
ativo preserva sua capacidade funcional e pode reduzir sua idade biológica de 10
a 20 anos, se comparado ao sedentário (Shephard / 1997). Para os idosos, a
prática regular de exercícios tem o poder de prevenir, minimizar e/ou reverter
muitos dos problemas físicos, psicológicos e sociais que freqüentemente
acompanham o processo de envelhecimento (Organização Mundial da Saúde – OMS /
1997).
Paffenbarger e
col. / 1986, num estudo que acompanhou 16.936 ex-alunos da Universidade de
Harvard, dos 35 aos 74 anos, concluiu que os indivíduos com um gasto calórico de
2.000 calorias por semana através de exercícios, tinham o índice de mortalidade
de 25% a 30% menor que os indivíduos com um gasto calórico menor. Este gasto
calórico equivale a aproximadamente a 5 horas de caminhada acelerada . Um dos
resultados mais surpreendentes deste estudo foi que, o exercício melhora o
prognóstico de algumas doenças . Os indivíduos hipertensos que se exercitaram
regularmente, tiveram um índice de mortalidade 50% menor do que os sedentários e
entre os fumantes o índice foi de 30% menor.
Sarcopenia ( perda de massa muscular )
Desmineralização óssea ( osteopenia / osteoporose
)
Redução da capacidade cardiorrespiratória (VO2
máximo)
Redução da flexibilidade articular
Redução do equilíbrio
SARCOPENIA
A conseqüência
mais importante do processo de envelhecimento, é a diminuição da força muscular
em decorrência da perda de massa muscular ou sarcopenia .
A força
muscular declina aproximadamente 15% pôr década entre os 60 aos 70 anos e a
partir dessa faixa etária, o declínio é muito mais acentuado (ACSM / 1998) . A
força é o componente mais importante da aptidão física na terceira idade porque,
à medida que diminui, o idoso vai perdendo a capacidade de se levantar da
cadeira, de entrar e sair do carro, subir um degrau mais alto, enfim tarefas
básicas de seu cotidiano.
O censo
americano de 1990 revelou que 25% da população acima de 65 anos tinha
dificuldade de sentar e se levantar do vaso sanitário , tomar banho e até de
caminhar . A dificuldade de realizar tarefas simples do dia a dia, torna o idoso
mais dependente e por conta desta incapacidade, mais inativo e conseqüentemente
mais fraco fisicamente, criando um círculo vicioso infinito.
O aumento da
força através da musculação, é um dos mais efetivos e econômicos meios de
preservar a saúde e independência dos idosos (Rogers e Evans - 1993)
.
OSTEOPOROSE
É caracterizada
quando a magnitude da diminuição da densidade óssea, atinge um grau de
fragilidade tão acentuado, que aumenta dramaticamente a possibilidade de
fraturas. O estágio inicial do processo de desmineralização óssea é denominado
de ostopenia. Os três fatores mais importantes que influenciam a estrutura óssea
durante a velhice são: mudanças hormonais, deficiência nutricional e inatividade
física (Shephard / 1997). A velocidade e o grau de comprometimento da
osteoporose, tem uma relação direta com o estilo de vida. Os indivíduos ativos
tem maiores valores de densidade óssea, se comparados com os sedentários. É
importante ressaltar que nem todas as modalidades de exercício são efetivas na
prevenção e tratamento da osteoporose. Drinkwater e col. / 1994, num estudo
comparativo entre várias modalidades esportivas, concluíram que, as atividades
que impõem maior impacto ao sistema musculoesquelético, são as mais indicadas
para a manutenção e o aumento da massa óssea. Portanto, as atividades aquáticas
(natação e hidroginástica), devido a sua característica de baixo impacto, não
promovem o aumento da densidade óssea.
O declínio da
força muscular e a ostoporose são os principais motivos das quedas e das
fraturas do colo do fêmur e do quadril, respectivamente . Estas fraturas são a
segunda maior causa de morte na terceira idade.
A musculação é
uma atividade segura e efetiva na prevenção e tratamento da osteoporose (Fleck
& Kraemer / 1997).
DECLÍNIO DA CAPACIDADE CARDIORESPIRATÓRIA
A capacidade
cardiorrespiratória pode ser avaliada através do teste de esforço (ergometria),
que determina o consumo máximo de oxigênio durante o exercício. O consumo máximo
de oxigênio, é representado pela sigla VO2 máx. e o seu declínio é cerca 1% ao
ano após os 25 anos .
O percentual
de diminuição do VO2 máx. no indivíduo ativo durante toda a vida é menor do que
no sedentário, e conseqüentemente , o VO2 máx. do ativo se mantém
significativamente mais elevado em todas as faixas etárias (Pollock /1987).
O aumento do
VO2máx. desempenha um papel fundamental na prevenção das doenças do sistema
cardiovascular e no controle da obesidade . As doenças cardiovasculares são a
maior causa de mortes entre os idosos de ambos os sexos (Spirduso /
1995).
Devido ao alto
índice de doenças cardiovasculares e diabetes na população acima de 60 anos, é
importante incentivar a participação em atividades aeróbias durante a juventude
e ao longo da vida, visando a prevenção de futuras doenças .
DECLÍNIO DA
FLEXIBILIDADE
A flexibilidade
pode ser definida como a qualidade física que nos permite movimentar os
segmentos corporais com o máximo de amplitude articular. A capacidade de
executar movimentos com grande amplitude articular depende da anatomia óssea,
dos ligamentos, dos tendões e da elasticidade muscular. A inatividade física
somada ao processo de envelhecimento, acelera o declínio da flexibilidade. A
redução da capacidade elástica dos músculos, o aumento da rigidez dos tendões,
a formação de osteofitos, e a artrose são as principais causas da redução da
flexibilidade articular no idoso.
A redução da
flexibilidade dificulta, em muito, a execução de vários movimentos utilizados em
tarefas rotineiras do cotidiano . O simples ato de se levantar, pegar um objeto
no chão ou mesmo amarrar os sapatos é dificultado pela redução da flexibilidade.
A dor lombar crônica em muitos casos está associada a pouca flexibilidade da
região lombar (ACSM /1996).
O DECLÍNIO DA COORDENAÇÃO MOTORA
E
DO
EQUILÍBRIO
A capacidade de
executar movimentos de maneira consciente, com sincronismo, harmonia e
equilíbrio é muito importante para a segurança do idoso. A diminuição do
equilíbrio, acarreta um maior risco de queda.
Os sistemas
sensorial e motor que recebem, interpretam e transmitem as informações ao
aparelho locomotor são afetados dramaticamente pelo envelhecimento .
Força
Muscular
Capacidade Cardiorrespiratória
(VO2 máximo)
Flexibilidade
Coordenação Motora e Equilíbrio
FORÇA MUSCULAR
É a capacidade
máxima de gerar trabalho contra uma resistência através da contração muscular
(Fleck / 1997). Uma maneira simples de determinar a força de um grupamento
muscular é utilizar o teste de 1 RM (uma repetição máxima). Este procedimento
consiste em levantar o máximo de peso possível de uma só vez , utilizando um
grupamento muscular específico .
Adaptações
fisiológicas
ao
Treinamento de Força
Ø Aumento da Força Muscular
Ø Aumento do tamanho das Fibras Musculares ou Hipertrofia
Ø Aumento da Densidade Óssea (na região
treinada)
Ø Redução do % de Gordura
Ø Redução da Gordura intra-abdominal
Ø Aumento da Capacidade Cardiorrespiratória (VO2
máx.)
Até
que ponto a força muscular pode
representar
uma real melhora da saúde
e
da qualidade de vida ?
Fiatarone e
seus col. / 1990, apresentaram resultados surpreendentes até para a comunidade
científica . O objetivo do estudo era dimensionar as adaptações fisiológicas ao
treinamento contra resistência em indivíduos acima de 90 anos de idade . O
protocolo utilizado na pesquisa foi o seguinte :
- Dez indivíduos de ambos os sexos com 90 anos de idade em média.
O diagnóstico
clínico revelou que indivíduos eram acometidos de osteoartrite , osteoporose,
coronariopatia e hipertensão . O programa de exercícios consistia em oito
semanas de exercícios , utilizando uma cadeira extensora para o treinamento da
força do quadríceps
(musculatura
extensora do joelho). A carga de trabalho utilizada foi de 80% da carga máxima .
Ao final do
estudo obtiveram os seguintes resultados :
Ø Força muscular – aumento médio de 174%
Ø Hipertrofia – aumento de 14.5% da massa muscular do
quadríceps
Ø Adaptações clínicas – aumento significativo da velocidade de caminhada.
Dois indivíduos que usavam bengala antes do estudo, deixaram de usá-la e um dos
três que não conseguiam se levantar da cadeira sem o auxílio dos braços passou a
fazê-lo.
A conclusão
deste importante estudo é que, mesmo em indivíduos muito idosos, é possível
provocar adaptações fisiológicas bastante significativas a ponto de mudar
completamente o status da qualidade de vida.
É importante
notar que somente oito semanas foram necessárias para alterar um quadro clínico
que parecia ser imutável . Vale ressaltar que, o incremento da força está
diretamente relacionado ao aumento da velocidade de caminhada, da capacidade de
subir degraus, do equilíbrio e muitas outras atividades utilitárias do dia a dia
.
Frontera e seus
col. (1988), treinaram um grupo de homens sedentários (60 a 72 anos) foi
submetido a um treinamento de alta intensidade ( três séries de oito repetições
– três dias por semana , durante 12 semanas). Ao término do treinamento houve um
aumento médio de 200% na força muscular. As análises feitas por tomografia
computadorizada e biópsia evidenciaram de hipertrofia muscular (aumento do
tamanho das fibras musculares) .
Imaginem um
indivíduo idoso com problemas de locomoção, que após um breve período de
treinamento de força na musculação, se torna 200% mais forte. Podemos observar
que o treinamento de força pode gerar uma mudança radicalmente positiva na
qualidade de vida do idoso em um espaço de tempo reduzido.
Um estudo de
Fiatarone e colab. (1994) , treinaram um grande grupo de indivíduos homens e
mulheres muito idosos, durante 10 semanas e com uma intensidade de 80% da
capacidade máxima .
Os resultados
comprovaram que o treinamento de força de alta intensidade, é seguro para esta
população, e promove um expressivo aumento da força, mesmo não acarretando num
aumento significativo da massa muscular (hipertrofia) .
CAPACIDADE
CARDIORESPIRATÓRIA
(VO2
MÁXIMO)
Refere-se a
capacidade do sistema cardiopulmonar em atender a demanda de oxigênio e
substratos energéticos e a habilidade dos músculos em utilizá-los, durante o
esforço máximo (Astrand & Rodahl -1986) .
Principais adaptações fisiológicas
ao treinamento aeróbio
Ø Aumento do VO2 máx.
Ø Redução do percentual de gordura corporal
Ø Redução da gordura intra - abdominal
Ø Redução da freqüência cardíaca de repouso
Ø Redução da pressão arterial
Ø Aumento da vascularização periférica
Ø Redução da concentração do colesterol
Ø Aumento da sensibilidade a insulina
O programa de
exercícios para idosos deve ter como objetivo principal o desenvolvimento da
força muscular, o aumento da aptidão cardiorrespiratória (VO2 máx.), a melhora
da flexibilidade, da coordenação e do equilíbrio .
A rotina de
exercícios ideal é aquela que não apresenta riscos para a integridade física e,
ao mesmo tempo, promove adaptações fisiológicas capazes de manter ou melhorar a
saúde. Outro ponto fundamental é que o programa de exercícios não seja encarado
como uma punição, mas sim prazeroso e, sempre que possível, deve atender às
preferências do aluno. É importante sempre informar quais são as atividades mais
adequadas para cada caso e não se deve jamais impor uma modalidade de exercício
que o aluno considere muito desagradável. O principal objetivo é fazer com que o
idoso incorpore, na sua rotina, o hábito de se exercitar regularmente. A fase de
adaptação é especialmente crítica , portanto, é importante estar alerta a
qualquer sinal de insatisfação , evitando que o abandono do programa .
De que adianta
prescrever um programa de exercícios de acordo com todos os mais modernos
conceitos da fisiologia do exercício, se o participante não tem motivação
suficiente para cumpri-lo !
Exame
médico
É muito
importante ressaltar que todos, inclusive os aparentemente saudáveis, devem
submeter-se a uma avaliação médica antes de iniciar a prática de exercícios .
Devido à incidência de várias doenças crônicas inerentes ao processo de
envelhecimento, o exame clínico no idoso deve se criterioso e normalmente há
necessidade de exames complementares para se traçar um perfil o mais fiel
possível do atual estado de saúde .
Supervisão
A participação
de vários profissionais da área de saúde na elaboração de um programa
multidisciplinar é o modelo ideal de abordagem clínica e terapêutica, visando o
incremento da saúde e da qualidade de vida do idoso. A supervisão de uma equipe
de profissionais de medicina, nutrição, psicologia, fisioterapia e educação
física é aconselhável. Ao professor de educação cabe a tarefa de avaliar ,
prescrever o programa de exercícios e controlar as adaptações fisiológicas
provocadas pelo treinamento . Caso seja acessível , o idoso deve ser
preferencialmente encaminhado para uma academia ou a um programa comunitário
supervisionado .
Avaliação Funcional
A avaliação
funcional tem como objetivos principais a determinação do nível de aptidão
física e a mensuração das dimensões corporais (antropometria) , tais como,
percentual de gordura e massa corporal .
É um
instrumento fundamental para determinação das virtudes e limitações físicas, ou
seja, os elementos mais importantes da aptidão física serão mensurados e
classificados.
Baseado no
laudo do exame médico e no resultado da avaliação funcional, o professor pode
prescrever com segurança um programa de exercícios que atenda as necessidades e
desejos de cada participante .
Treinamento de força (musculação)
O programa de
treinamento de força ou série de musculação deve ser individualizado. As
informações contidas nos laudos do exame médico e da avaliação funcional,
fornecem os subsídios necessários para prescrição de uma rotina individualizada
de exercícios . Segundo Fleck & Kraemer / 1997, o treinamento contra
resistência para o desenvolvimento da força, se baseia no princípio da
sobrecarga e para se obter um substancial aumento da força, é necessário uma
sobrecarga cerca de 70% a 90% da capacidade máxima. O treinamento de força se
caracteriza pelo uso de cargas acima de 60% da capacidade máxima em 1RM e um
número de até 15 repetições . Cargas abaixo de 60% de 1RM e um número maior que
15 repetições, caracterizam um treinamento de Resistência Muscular Localizada
(R.M.L.) .
A nova geração
de equipamentos de musculação são desenvolvidos seguindo os mais modernos
conceitos de ergonomia e permitem a regulagem da angulação específica no caso de
problemas articulares ou de reabilitação
O treinamento
de força, quando prescrito de acordo com os fundamentos científicos disponíveis
na literatura e executado com a técnica correta, também é recomendado para
indivíduos com problemas cardiovasculares, inclusive a hipertensão arterial
.
A R.M.L., é
muito utilizada nas atividades que se utilizam cargas reduzidas e um grande
número de repetições para o mesmo grupamento muscular. A ginástica localizada e
a hidroginástica são um exemplo de atividades que utilizam a R.M.L. como
qualidade física principal .
Pôr precaução,
as aulas de ginástica localizada, compostas por grupos heterogêneos, devem ser
evitadas pelos alunos muito mal condicionados ou com dores articulares
(principalmente na região cervical, lombar e articulação do joelho). É
aconselhável que o aluno faça um período de adaptação num programa
individualizado de musculação até que adquira um mínimo de condicionamento
físico para suportar uma aula coletiva, sem riscos para sua integridade física .
Durante o período de adaptação ao treinamento, recomenda-se que a progressão das
cargas seja lenta e criteriosa, principalmente no caso dos indivíduos com
problemas articulares
Treinamento Aeróbio
As atividades
aeróbias se caracterizam pela utilização dos grandes grupamentos musculares de
maneira cíclica e contínua . A energia necessária para manutenção da atividade
aeróbia é gerada pelo metabolismo aeróbio, e utiliza como combustíveis
principais, a glicose e a gordura . As atividades aeróbias desempenham
importante papel no tratamento da obesidade.
Devido ao maior
risco de lesões no aparelho locomotor nos exercícios aeróbios de alta
intensidade (acima de 60% do VO2 máx.), recomenda-se muita cautela na prescrição
. As adaptações fisiológicas nas atividades de baixa para moderada intensidade (
40 a 60% do VO2 máx.), podem não se manifestar na mesma magnitude se comparadas
com as de alta intensidade, mas deve-se considerar que os idosos e sedentários
se adaptam melhor e aderem muito mais às atividades que impõem menor dificuldade
.
A prescrição da
intensidade de treinamento aeróbio pode usar como parâmetro a Freqüência
Cardíaca (FC) e a Escala de Percepção de Esforço de Borg . A FC ou pulso é
controlada pelo sistema nervoso autônomo e durante o exercício seu aumento é
proporcional à intensidade e duração do mesmo. Apesar de apresentar diferentes
respostas individuais durante o exercício, a FC pode ser usada como parâmetro
para determinação da intensidade do exercício .
O controle da
FC pode ser facilmente monitorado utilizando-se um equipamento denominado
monitor de freqüência cardíaca. O monitor de FC é composto pôr uma cinta que é
colocada logo abaixo do músculo peitoral, que capta os batimentos do coração e
transmite os dados para um relógio, registrando a FC pôr minuto. Outra maneira
de aferir a FC é através do procedimento tradicional de contagem do número de
batimentos no pulso. O número de batimentos deverá ser aferido por 10 segundos
e o valor encontrado, multiplicado por seis para que seja obtida a FC em 1
minuto .
Para a
prescrição da intensidade do exercício aeróbio (faixa ou zona ideal de
treinamento) pela FC, um percentual mínimo e outro máximo da FCmáx. deve ser
fixado. Os métodos mais usados para determinar a FCmáx são o teste de esforço e
o método da FCmáx. prevista de acordo com a faixa etária . O método da FCmáx.
prevista utiliza a seguinte fórmula : 220 – idade = FCmáx. prevista . A zona
ideal de treinamento para os idosos gira em torno de 50% a 85% da FCmáx. e varia
de acordo com o nível de condicionamento e o objetivo do treinamento Pollock /
1993 ).
Devido ao alto
índice de doenças cardiovasculares e de fatores de risco associados , o método
de avaliação mais adequado para determinação da FCmáx. dos idosos é o teste de
esforço monitorizado ou ergometria, que normalmente é realizado na esteira
rolante ou na bicicleta ergométrica .
A escala de
percepção de esforço de Borg é um excelente instrumento para o controle da
intensidade do exercício . O método consiste no uso de uma escala que relaciona
o nível de fadiga central (cardirrespiratório) e periférico, com a intensidade
de esforço. Através desta escala é possível determinar qual a intensidade do
exercício a partir da percepção do nível do esforço descrita durante o treino.
Os métodos de controle da intensidade da FC e da escala de Borg, devem ser
utilizados simultaneamente .
Caminhada
x Corrida
Hagberg e
associados (1989) investigaram grupo de idosos de 70 a 79 anos , a um
treinamento com freqüência de três vezes pôr semana durante seis meses. Nos
primeiros três meses o treinamento consistia de caminhada com intensidade
moderada, durante 40 minutos, que se intensificou gradativamente até os
participantes correrem em passos acelerados intercalados com trote (corrida a
passos muito lentos).
O resultado
obtido foi uma melhora expressiva do VO2 máx. em relação ao grupo controle , mas
a partir da passagem da caminhada para a corrida associada ao trote, oito de 14
participantes tiveram lesões ortopédicas . Pode-se concluir , a partir deste e
de outros estudos, somados à experiência , que os idosos podem se beneficiar do
treinamento aeróbio de alta intensidade, mas necessitam de um maior período de
adaptação .
Por ser uma
atividade de baixa intensidade e não representar riscos , no que diz respeito a
lesões ortopédicas e problemas cardiovasculares, a caminhada é uma atividade
segura e ocupa uma posição de destaque no programa de condicionamento físico
para terceira idade .
A grande
aceitação desta modalidade de exercício está intimamente relacionada ao fato de
que a maioria dos idosos , principalmente os muito mal condicionados, prefere e
tolera melhor as atividades de baixa para média intensidade. Outra
característica importante é o fato de não requerer grandes gastos com
equipamentos sofisticados, além de um bom par de tênis, tornando a atividade
acessível para a maioria da população. Além de ser extremamente simples e
barata, a caminhada é uma atividade que pode ser praticada em dupla, ou mesmo em
grupo, o que a torna bastante prazerosa. Muitos indivíduos se beneficiam da
prescrição do programa de caminhadas e ultrapassam a linha que separa os
sedentários dos ativos. Em se tratando de benefícios para saúde gerados pelo
programa de caminhadas, pode-se afirmar que são significativos, principalmente
nos indivíduos com um nível de condicionamento físico muito baixo antes do
início do programa .
TREINAMENTO DA
FLEXIBILIDADE
Os exercícios
de alongamento são os mais eficientes para melhorar a flexibilidade e devem ser
executados de maneira lenta e progressiva até atingir um ponto em que seja
possível sustentar a posição por 10 a 20 segundos. O método que utiliza
movimentos balanceados ou balísticos é desaconselhável, pois está relacionado a
um maior índice de lesões musculares (Pollock / 1993).
TREINAMENTO DA COORDENAÇÃO E DO
EQUILÍBRIO
A diminuição da
coordenação motora e do equilíbrio pode ser minimizada com um programa de
exercícios específicos. Evidências demonstraram que programas de caminhada,
treinamento de força, dança, tai chi chuan e alongamento melhoram a coordenação
motora e o equilíbrio . Devido a falta de padronização dos critérios de
avaliação da coordenação e do equilíbrio, são necessários estudos mais
aprofundados a respeito da relação de causa e efeito de cada modalidade de
treinamento, na manutenção e desenvolvimento deste importante elemento da
aptidão física.
CONCLUSÕES
São muitos os
argumentos científicos favoráveis à prática regular de exercícios. A atividade
física é um poderoso instrumento na prevenção e reabilitação de doenças
cardiovasculares através do aumento da aptidão cardiorrespiratória e a melhora
da função do aparelho locomotor.
A importância
da adoção de um estilo de vida ativo e mais saudável deve ser enfatizada desde a
infância. O jovem sedentário é potencialmente um idoso doente e dependente
.
A qualidade de
vida do idoso está diretamente relacionada a sua capacidade de locomoção e sua
saúde. A maioria das complicações clínicas enfrentadas pelo idoso são
relacionadas à perda da capacidade funcional, dificultando a locomoção e
tornando-o sedentário e dependente .
A sarcopenia e
a osteoporose, são os principais motivos das quedas e conseqüentemente das
fraturas do colo do fêmur e do quadril. A segunda causa de morte na terceira
idade é oriunda das complicações clínicas derivadas destas fraturas . A
musculação é um dos meios mais efetivos no tratamento da sarcopenia e na
prevenção da osteoporose.
O impacto
positivo na saúde e na qualidade de vida do idoso, gerado pela participação num
programa de exercícios supervisionado, que englobe treinamento de força,
treinamento aeróbio e treinamento da flexibilidade, é expressivo. Os indivíduos
que não têm acesso a um programa supervisionado de exercícios devem praticar
atividades de baixa intensidade e baixo impacto , como caminhada, natação ,
bicicleta estacionária e dança de salão.
Apesar de não apresentarem resultados na mesma magnitude que os
exercícios mais intensos, as atividades de baixa intensidade são comprovadamente
benéficas para saúde e o bem estar do idoso .
Evidências
sugerem que a prática regular de exercícios pode resultar em benefícios
psicológicos, tais como, diminuição dos sintomas da depressão e aumento da
auto-estima (ACSM / 1998).
"EM
HOMENAGEM A TODOS OS IDOSOS DESTE PAÍS, DE TODAS AS CLASSES SOCIAIS, QUE SÃO
ESQUECIDOS PELOS GOVERNOS E POR SUAS FAMÍLIAS, QUE LUTAM PARA PODER COMPRAR
SEUS REMÉDIOS ,PAGAREM SEUS PLANOS DE SAÚDE CARÍSSIMOS, QUE LUTAM PARA PODER TER
UM ATENDIMENTO DIGNO EM HOSPITAIS PÚBLICOS E QUE COM SUAS APOSENTADORIAS
INJUSTAS, AINDA ASSIM, NÃO PERDEM SUA DIGNIDADE AO TRANSMITIREM SUA SABEDORIA
AOS MAIS JOVENS, DIZENDO :
- INDEPENDENTE DOS OBSTÁCULOS,NUNCA
DESISTAM!
NÓS ACREDITAMOS EM VOCÊS!!!"
PARA
MEUS AVÓS QUE SE ENCONTRAM NO ASTRAL SUPERIOR,
HELENA E EUCLIDES,
LAURA
E GASTÃO,
QUE
COM SEU AMOR VERDADEIRO
E
SUA CREDIBILIDADE EM MEU SER,
APRENDI A SER SENSÍVEL E HONESTA!
E,
NÃO DESISTIR NUNCA!!!
CLAUDIA FERNANDES
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