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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

ESPORTES E DESENVOLVIMENTO

Uma publicação da SAEP Sociedade de Análise Existencial e Psicomaiêutica logo SAEP
EDIÇÃO ESPECIAL Caderno de Psicologia Desportiva


Artigo


Crianças e Esportes, uma Questão de Entrosamento
da Redação do Planeta Vida (www.planetavida.com.br)
RIO DE JANEIRO - Seja para ocupar a vida dos filhos enquanto os pais trabalham, seja para manter os jovens em um ambiente saudável e longe das drogas ou ainda para iniciar a criança em uma atividade física, o esporte se faz cada vez mais presente. Clubes, academias, escolinhas... os locais para a prática e as modalidades oferecidas são tantos que os pais podem se perder na hora da escolha. Mas como matricular seu filho no esporte adequado?
Psicólogos alertam para os perigos de obrigar as crianças a fazer o que não querem e sugerem como os pais devem proceder para não forçar a barra. Até porque nem todo mundo vai ser um Ronaldinho, um Gustavo Kuerten, uma Ana Moser, um Fernando Scherer ou uma Hortência. Pode até ser que seu filho venha a ser um grande atleta, mas isso vai depender apenas da aptidão e esforço do praticante.
Um dos problemas relacionados ao esporte e que envolve pais e filhos é a falta de tempo. Hoje, é comum que pai e mãe trabalhem fora e, com isso, tenham pouco tempo para as crianças. A solução para muitos pais é encher o pequeno de atividades para que ele não fique sozinho e se mantenha ocupado. E uma das atividades é a prática do esporte. Mas cuidado: é fundamental procurar saber o gosto de seu filho, entendê-lo e respeitá-lo. A pior coisa que pode acontecer é a criança ser obrigada a praticar determinado esporte.
"É importante um diálogo franco e aberto, em que os pais se mostrem realmente curiosos para conhecer e contribuir para o autoconhecimento de seus filhos", explica Andréa Miranda, psicóloga especializada em esporte e com passagens por várias equipes das Forças Armadas, seleção brasileira de tênis de mesa e divisões amadoras de futebol do Fluminense.

Pais frustrados podem afastar as crianças do esporte

Uma situação perigosa e nem tão rara assim ocorre quando os pais, em função de alguma frustração ou vontade pessoal, não só determinam qual esporte seu filho irá praticar como também exigem um desempenho de alto nível. Alguns até mesmo fazem pressão para que a criança alcance bons resultados em competições.

"Ao projetar seus desejos nos filhos, os pais certamente estarão deixando de vê-los como eles realmente são e o que realmente desejam para si", alerta Andréa Miranda. A psicóloga explica que competir também faz parte do esporte, mas os pais devem ver na atividade física de seus filhos não uma maneira de conquistar medalhas, mas "uma forma privilegiada de investir na formação da criança".
Coagir uma criança a praticar um esporte contra sua vontade pode ter conseqüências negativas. "Este fato pode causar um profundo desgosto pelo esporte, em alguns casos para toda a vida", explica o psicólogo João Ricardo Cozac, presidente do CEPPE - Centro de Estudo e Pesquisa da Psicologia do Esporte (www.ceppe.com.br), com sede em São Paulo, e professor responsável pelo curso de Psicologia no Esporte do Instituto Mackenzie.
Ele conta que muitas pessoas que não gostam de praticar esporte tiveram pais que as obrigaram a praticar alguma modalidade na infância. "Esta atitude, em alguns casos, se deve a experiências que foram positivas para os pais, que acabam, então, projetando em seus filhos expectativas que não fazem parte do mundo das crianças, mas de seu próprio universo e histórias de vida", diz Cozac.

Os benefícios do esporte para as crianças vão desde a formação até a saúde física e mental

Os pais devem entender que o mais importante ao iniciar seus filhos na vida esportiva é saber o bem que isso pode fazer à criança, independentemente de vitórias ou troféus. Aprendizagens fundamentais e que serão úteis para o resto da vida incluem a construção de uma maior consciência de si mesmo, de seus potenciais e limites, além de desenvolver a forma de lidar com o outro, seja parceiro, adversário, técnico, professor ou mesmo torcedor. "Fundamentais para se viver numa sociedade como a nossa", completa Andréa Miranda.

Além disso, a prática de esportes desde a infância traz benefícios para toda a vida e evita problemas que podem vir a aparecer somente na fase adulta. "O esporte é uma fonte rica em relacionamentos e ótimo para a saúde física e mental. Distúrbios futuros como altos níveis de colesterol, problemas de pressão e, em alguns casos, dificuldades de relacionar-se em grupo podem ser evitados com a prática de algum esporte pela criança", avisa João Ricardo Cozac.

Tempo nunca é demais na hora de decidir a modalidade a seguir

Sem pressa e sem pressão. Escolher o esporte que seu filho irá praticar no futuro deve ser uma tarefa criteriosa. Individuais ou coletivos, lutas, danças... um grande número de possibilidades deve ser levado em consideração. E a participação efetiva dos pais é ajuda indispensável.

Para Andréa Miranda, é fundamental que os pais, junto com seus filhos, dediquem o tempo necessário para a escolha não apenas do esporte, mas também de um local adequado e, principalmente, de um profissional de educação física qualificado para contribuir para a boa formação de seus alunos.
Além disso, muitas vezes as crianças menores ainda não têm discernimento e precisam muito de ajuda para conhecer as possibilidades e escolher o que será melhor para elas. "Por isso, é importante que os pais propiciem as vivências necessárias ao amadurecimento dessa escolha através da prática de um ou mais esportes", ensina Andréa Miranda.
A criança deve escolher o esporte que vai praticar com total liberdade. A melhor forma de descobrir qual esporte é o melhor para seu filho é deixar que a iniciativa pela escolha parta dele. Nessa hora, o que vale é o gosto pessoal. "É fundamental que os pais deixem um espaço para que este gosto possa se manifestar naturalmente, sem que haja pressões de qualquer nível", explica João Ricardo Cozac.

A psicologia pode ser valiosa na hora de ajudar pais e filhos

Num país como o Brasil, em que um único esporte merece a esmagadora atenção da mídia, é complicado mostrar às crianças que, muitas vezes, a escolha pelo futebol é muito mais uma questão cultural do que de gosto pessoal. E até mesmo os pais são influenciados por isso. Muitos pais fanáticos por futebol têm dificuldades em permitir que seus filhos optem por outro caminho.

Não só em casos de escolha como nos problemas envolvendo pressões por resultados, a ajuda de um psicólogo pode ser fundamental. "Neste caso, o profissional pode prestar um serviço importante, revelando os processos inconscientes produzidos por pais que projetam seus ideais não concretizados na figura dos filhos", ensina Cozac.
A palavra de ordem é liberdade de escolha. Para que as crianças cresçam próximas ao esporte e desfrutem de seus benefícios e para que a relação pais-filhos não seja abalada por uma decisão arbitrária. O papel dos pais é apenas mostrar as possibilidades. Cabe à criança escolher o que lhe parece mais interessante de acordo com suas preferências individuais. Afinal, o que teria acontecido se o cestinha Oscar tivesse sido obrigado pelos pais a jogar futebol?

da Redação do Planeta Vida (www.planetavida.com.br)

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