reabilitação terceira idade

terça-feira, 6 de agosto de 2013

SAUDE COM QUALIDADE


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PROFESSOR NELSONSANTOS ( PERSDONAL TRAINER )








OS QUE NÃO ENCONTRARAM TEMPO PARA O EXERCÍCIO , TERÃO QUE ENCONTRAR TEMPO PARA DOENÇA - EDWARD DERBY



O PODER DA ATIVIDADE FÍSICA



PROFESSOR  NELSON SANTOS



UFRJ – graduação em Educação Física/ FGV – MBA Administração Esportiva / UGF – Pós Graduação Fisiologia/UERJ -Pós Graduação em Gerontologia (Em curso)/Personal Training/ Professor da Academia A!BODYTECH

E.MAIL:NELSON_ENFERMAGEM@HOTEMAIL.COM.BR



CONSIDERAÇÕES INICIAIS



A atividade física é reconhecida pela comunidade científica como um dos mais poderosos agentes na promoção da saúde e da qualidade de vida . A adoção de um estilo de vida saudável que consiste de atividade física regular e dieta balanceada, além de melhorar significativamente a qualidade de vida , retarda o processo de envelhecimento e atua com eficiência no combate e prevenção das doenças degenerativas (Shephard / 1997). Desde a década de 50 , vários estudos vem comprovando a maior prevalência de doença coronariana nos indivíduos sedentários.

Numa revisão de 43 estudos referentes às adaptações causadas pelo exercício no sistema cardiovascular , Powell e col. (1987) , observaram que a inatividade física representa o principal fator de risco para o desenvolvimento de coronariopatias . O processo de automatização das tarefas diárias, faz com que todos poupem tempo e esforço físico e em decorrência desse progresso tecnológico, a moderna sociedade ocidental se tornou mais inativa e conseqüentemente mais obesa. A constatação que a inatividade física ocorre inclusive na infância é um dado extremamente preocupante em termos de saúde pública . A possibilidade da criança ou adolescente inativo vir a ser um adulto e finalmente um idoso sedentário é muito grande . É imperativo que todos os profissionais da área de saúde se empenhem em reverter este quadro de crescente tendência ao sedentarismo. O hábito de praticar regularmente alguma atividade física deve ser incentivado em todas as faixas etárias .


A seguir abordaremos os aspectos mais importantes do processo de envelhecimento:



EXPECTATIVA DE VIDA



A população de idosos no mundo está aumentando exponencialmente, sobretudo na faixa etária acima de 85 anos (American College Sports Medicine – ACSM / 1998). O avanço da medicina, através de novas técnicas cirúrgicas e sofisticados equipamentos para diagnóstico e medicamentos mais eficientes, tem evitado muitas mortes prematuras . Um controle clínico mais eficiente dos pacientes portadores de doenças crônicas, aumenta significativamente a sobrevida dos mesmos (Shephard / 1997) . Outros fatores que também contribuíram para o aumento da expectativa de vida são, a conscientização da população quanto a importância da higiene pessoal, a prevenção das doenças infecto-contagiosas e a adoção de uma dieta mais saudável .

Pode-se considerar o aumento da expectativa de vida uma grande conquista da sociedade moderna, mas também devemos levar em consideração que o fato de viver mais, não significa necessariamente viver bem .




ENVELHECIMENTO , LONGEVIDADE E EXERCÍCIO




O processo degenerativo do organismo ocorre gradativamente a partir dos 20-22 anos e se acentua a partir dos 60-65 anos. O declínio ocorre para todos, sem exceção, mas a velocidade e a inclinação do declive são diferentes quando são comparados, os indivíduos ativos com sedentários.

O indivíduo ativo preserva sua capacidade funcional e pode reduzir sua idade biológica de 10 a 20 anos, se comparado ao sedentário (Shephard / 1997). Para os idosos, a prática regular de exercícios tem o poder de prevenir, minimizar e/ou reverter muitos dos problemas físicos, psicológicos e sociais que freqüentemente acompanham o processo de envelhecimento (Organização Mundial da Saúde – OMS / 1997).


Paffenbarger e col. / 1986, num estudo que acompanhou 16.936 ex-alunos da Universidade de Harvard, dos 35 aos 74 anos, concluiu que os indivíduos com um gasto calórico de 2.000 calorias por semana através de exercícios, tinham o índice de mortalidade de 25% a 30% menor que os indivíduos com um gasto calórico menor. Este gasto calórico equivale a aproximadamente a 5 horas de caminhada acelerada . Um dos resultados mais surpreendentes deste estudo foi que, o exercício melhora o prognóstico de algumas doenças . Os indivíduos hipertensos que se exercitaram regularmente, tiveram um índice de mortalidade 50% menor do que os sedentários e entre os fumantes o índice foi de 30% menor.



PRINCIPAIS CONSEQÜÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO PARA A APTIDÃO FÍSICA


Sarcopenia ( perda de massa muscular )


Desmineralização óssea ( osteopenia / osteoporose )


Redução da capacidade cardiorrespiratória (VO2 máximo)


Redução da flexibilidade articular


Redução do equilíbrio





SARCOPENIA




A conseqüência mais importante do processo de envelhecimento, é a diminuição da força muscular em decorrência da perda de massa muscular ou sarcopenia .

A força muscular declina aproximadamente 15% pôr década entre os 60 aos 70 anos e a partir dessa faixa etária, o declínio é muito mais acentuado (ACSM / 1998) . A força é o componente mais importante da aptidão física na terceira idade porque, à medida que diminui, o idoso vai perdendo a capacidade de se levantar da cadeira, de entrar e sair do carro, subir um degrau mais alto, enfim tarefas básicas de seu cotidiano.


O censo americano de 1990 revelou que 25% da população acima de 65 anos tinha dificuldade de sentar e se levantar do vaso sanitário , tomar banho e até de caminhar . A dificuldade de realizar tarefas simples do dia a dia, torna o idoso mais dependente e por conta desta incapacidade, mais inativo e conseqüentemente mais fraco fisicamente, criando um círculo vicioso infinito.


O aumento da força através da musculação, é um dos mais efetivos e econômicos meios de preservar a saúde e independência dos idosos (Rogers e Evans - 1993) .




OSTEOPOROSE



É caracterizada quando a magnitude da diminuição da densidade óssea, atinge um grau de fragilidade tão acentuado, que aumenta dramaticamente a possibilidade de fraturas. O estágio inicial do processo de desmineralização óssea é denominado de ostopenia. Os três fatores mais importantes que influenciam a estrutura óssea durante a velhice são: mudanças hormonais, deficiência nutricional e inatividade física (Shephard / 1997). A velocidade e o grau de comprometimento da osteoporose, tem uma relação direta com o estilo de vida. Os indivíduos ativos tem maiores valores de densidade óssea, se comparados com os sedentários. É importante ressaltar que nem todas as modalidades de exercício são efetivas na prevenção e tratamento da osteoporose. Drinkwater e col. / 1994, num estudo comparativo entre várias modalidades esportivas, concluíram que, as atividades que impõem maior impacto ao sistema musculoesquelético, são as mais indicadas para a manutenção e o aumento da massa óssea. Portanto, as atividades aquáticas (natação e hidroginástica), devido a sua característica de baixo impacto, não promovem o aumento da densidade óssea.


O declínio da força muscular e a ostoporose são os principais motivos das quedas e das fraturas do colo do fêmur e do quadril, respectivamente . Estas fraturas são a segunda maior causa de morte na terceira idade.

A musculação é uma atividade segura e efetiva na prevenção e tratamento da osteoporose (Fleck & Kraemer / 1997).



DECLÍNIO DA CAPACIDADE CARDIORESPIRATÓRIA




A capacidade cardiorrespiratória pode ser avaliada através do teste de esforço (ergometria), que determina o consumo máximo de oxigênio durante o exercício. O consumo máximo de oxigênio, é representado pela sigla VO2 máx. e o seu declínio é cerca 1% ao ano após os 25 anos .

O percentual de diminuição do VO2 máx. no indivíduo ativo durante toda a vida é menor do que no sedentário, e conseqüentemente , o VO2 máx. do ativo se mantém significativamente mais elevado em todas as faixas etárias (Pollock /1987).


O aumento do VO2máx. desempenha um papel fundamental na prevenção das doenças do sistema cardiovascular e no controle da obesidade . As doenças cardiovasculares são a maior causa de mortes entre os idosos de ambos os sexos (Spirduso / 1995).


Devido ao alto índice de doenças cardiovasculares e diabetes na população acima de 60 anos, é importante incentivar a participação em atividades aeróbias durante a juventude e ao longo da vida, visando a prevenção de futuras doenças .



DECLÍNIO DA FLEXIBILIDADE




A flexibilidade pode ser definida como a qualidade física que nos permite movimentar os segmentos corporais com o máximo de amplitude articular. A capacidade de executar movimentos com grande amplitude articular depende da anatomia óssea, dos ligamentos, dos tendões e da elasticidade muscular. A inatividade física somada ao processo de envelhecimento, acelera o declínio da flexibilidade. A redução da capacidade elástica dos músculos, o aumento da rigidez dos tendões, a formação de osteofitos, e a artrose são as principais causas da redução da flexibilidade articular no idoso.


A redução da flexibilidade dificulta, em muito, a execução de vários movimentos utilizados em tarefas rotineiras do cotidiano . O simples ato de se levantar, pegar um objeto no chão ou mesmo amarrar os sapatos é dificultado pela redução da flexibilidade. A dor lombar crônica em muitos casos está associada a pouca flexibilidade da região lombar (ACSM /1996).




O DECLÍNIO DA COORDENAÇÃO MOTORA

E

DO EQUILÍBRIO



A capacidade de executar movimentos de maneira consciente, com sincronismo, harmonia e equilíbrio é muito importante para a segurança do idoso. A diminuição do equilíbrio, acarreta um maior risco de queda.

Os sistemas sensorial e motor que recebem, interpretam e transmitem as informações ao aparelho locomotor são afetados dramaticamente pelo envelhecimento .



PRINCIPAIS QUALIDADES FÍSICAS PARA O IDOSO


Força Muscular

Capacidade Cardiorrespiratória

(VO2 máximo)

Flexibilidade

Coordenação Motora e Equilíbrio




FORÇA MUSCULAR



É a capacidade máxima de gerar trabalho contra uma resistência através da contração muscular (Fleck / 1997). Uma maneira simples de determinar a força de um grupamento muscular é utilizar o teste de 1 RM (uma repetição máxima). Este procedimento consiste em levantar o máximo de peso possível de uma só vez , utilizando um grupamento muscular específico .




Adaptações fisiológicas

ao Treinamento de Força



Ø Aumento da Força Muscular

Ø Aumento do tamanho das Fibras Musculares ou Hipertrofia

Ø Aumento da Densidade Óssea (na região treinada)

Ø Redução do % de Gordura

Ø Redução da Gordura intra-abdominal

Ø Aumento da Capacidade Cardiorrespiratória (VO2 máx.)




Até que ponto a força muscular pode

representar uma real melhora da saúde

e da qualidade de vida ?


Fiatarone e seus col. / 1990, apresentaram resultados surpreendentes até para a comunidade científica . O objetivo do estudo era dimensionar as adaptações fisiológicas ao treinamento contra resistência em indivíduos acima de 90 anos de idade . O protocolo utilizado na pesquisa foi o seguinte :


- Dez indivíduos de ambos os sexos com 90 anos de idade em média.



O diagnóstico clínico revelou que indivíduos eram acometidos de osteoartrite , osteoporose, coronariopatia e hipertensão . O programa de exercícios consistia em oito semanas de exercícios , utilizando uma cadeira extensora para o treinamento da força do quadríceps

(musculatura extensora do joelho). A carga de trabalho utilizada foi de 80% da carga máxima .


Ao final do estudo obtiveram os seguintes resultados :


Ø Força muscular – aumento médio de 174%

Ø Hipertrofia – aumento de 14.5% da massa muscular do quadríceps

Ø Adaptações clínicas – aumento significativo da velocidade de caminhada. Dois indivíduos que usavam bengala antes do estudo, deixaram de usá-la e um dos três que não conseguiam se levantar da cadeira sem o auxílio dos braços passou a fazê-lo.




A conclusão deste importante estudo é que, mesmo em indivíduos muito idosos, é possível provocar adaptações fisiológicas bastante significativas a ponto de mudar completamente o status da qualidade de vida.

É importante notar que somente oito semanas foram necessárias para alterar um quadro clínico que parecia ser imutável . Vale ressaltar que, o incremento da força está diretamente relacionado ao aumento da velocidade de caminhada, da capacidade de subir degraus, do equilíbrio e muitas outras atividades utilitárias do dia a dia .


Frontera e seus col. (1988), treinaram um grupo de homens sedentários (60 a 72 anos) foi submetido a um treinamento de alta intensidade ( três séries de oito repetições – três dias por semana , durante 12 semanas). Ao término do treinamento houve um aumento médio de 200% na força muscular. As análises feitas por tomografia computadorizada e biópsia evidenciaram de hipertrofia muscular (aumento do tamanho das fibras musculares) .


Imaginem um indivíduo idoso com problemas de locomoção, que após um breve período de treinamento de força na musculação, se torna 200% mais forte. Podemos observar que o treinamento de força pode gerar uma mudança radicalmente positiva na qualidade de vida do idoso em um espaço de tempo reduzido.


Um estudo de Fiatarone e colab. (1994) , treinaram um grande grupo de indivíduos homens e mulheres muito idosos, durante 10 semanas e com uma intensidade de 80% da capacidade máxima .


Os resultados comprovaram que o treinamento de força de alta intensidade, é seguro para esta população, e promove um expressivo aumento da força, mesmo não acarretando num aumento significativo da massa muscular (hipertrofia) .




CAPACIDADE CARDIORESPIRATÓRIA

(VO2 MÁXIMO)




Refere-se a capacidade do sistema cardiopulmonar em atender a demanda de oxigênio e substratos energéticos e a habilidade dos músculos em utilizá-los, durante o esforço máximo (Astrand & Rodahl -1986) .



Principais adaptações fisiológicas

ao treinamento aeróbio


Ø Aumento do VO2 máx.

Ø Redução do percentual de gordura corporal

Ø Redução da gordura intra - abdominal

Ø Redução da freqüência cardíaca de repouso

Ø Redução da pressão arterial

Ø Aumento da vascularização periférica

Ø Redução da concentração do colesterol

Ø Aumento da sensibilidade a insulina



QUAL É O PROGRAMA DE EXERCÍCIOS IDEAL PARA O IDOSO?



O programa de exercícios para idosos deve ter como objetivo principal o desenvolvimento da força muscular, o aumento da aptidão cardiorrespiratória (VO2 máx.), a melhora da flexibilidade, da coordenação e do equilíbrio .


A rotina de exercícios ideal é aquela que não apresenta riscos para a integridade física e, ao mesmo tempo, promove adaptações fisiológicas capazes de manter ou melhorar a saúde. Outro ponto fundamental é que o programa de exercícios não seja encarado como uma punição, mas sim prazeroso e, sempre que possível, deve atender às preferências do aluno. É importante sempre informar quais são as atividades mais adequadas para cada caso e não se deve jamais impor uma modalidade de exercício que o aluno considere muito desagradável. O principal objetivo é fazer com que o idoso incorpore, na sua rotina, o hábito de se exercitar regularmente. A fase de adaptação é especialmente crítica , portanto, é importante estar alerta a qualquer sinal de insatisfação , evitando que o abandono do programa .


De que adianta prescrever um programa de exercícios de acordo com todos os mais modernos conceitos da fisiologia do exercício, se o participante não tem motivação suficiente para cumpri-lo !



Exame médico



É muito importante ressaltar que todos, inclusive os aparentemente saudáveis, devem submeter-se a uma avaliação médica antes de iniciar a prática de exercícios . Devido à incidência de várias doenças crônicas inerentes ao processo de envelhecimento, o exame clínico no idoso deve se criterioso e normalmente há necessidade de exames complementares para se traçar um perfil o mais fiel possível do atual estado de saúde .



Supervisão



A participação de vários profissionais da área de saúde na elaboração de um programa multidisciplinar é o modelo ideal de abordagem clínica e terapêutica, visando o incremento da saúde e da qualidade de vida do idoso. A supervisão de uma equipe de profissionais de medicina, nutrição, psicologia, fisioterapia e educação física é aconselhável. Ao professor de educação cabe a tarefa de avaliar , prescrever o programa de exercícios e controlar as adaptações fisiológicas provocadas pelo treinamento . Caso seja acessível , o idoso deve ser preferencialmente encaminhado para uma academia ou a um programa comunitário supervisionado .




Avaliação Funcional




A avaliação funcional tem como objetivos principais a determinação do nível de aptidão física e a mensuração das dimensões corporais (antropometria) , tais como, percentual de gordura e massa corporal .

É um instrumento fundamental para determinação das virtudes e limitações físicas, ou seja, os elementos mais importantes da aptidão física serão mensurados e classificados.

Baseado no laudo do exame médico e no resultado da avaliação funcional, o professor pode prescrever com segurança um programa de exercícios que atenda as necessidades e desejos de cada participante .


PRESCRIÇÃO DO PROGRAMA DE TREINAMENTO




Treinamento de força (musculação)




O programa de treinamento de força ou série de musculação deve ser individualizado. As informações contidas nos laudos do exame médico e da avaliação funcional, fornecem os subsídios necessários para prescrição de uma rotina individualizada de exercícios . Segundo Fleck & Kraemer / 1997, o treinamento contra resistência para o desenvolvimento da força, se baseia no princípio da sobrecarga e para se obter um substancial aumento da força, é necessário uma sobrecarga cerca de 70% a 90% da capacidade máxima. O treinamento de força se caracteriza pelo uso de cargas acima de 60% da capacidade máxima em 1RM e um número de até 15 repetições . Cargas abaixo de 60% de 1RM e um número maior que 15 repetições, caracterizam um treinamento de Resistência Muscular Localizada (R.M.L.) .

A nova geração de equipamentos de musculação são desenvolvidos seguindo os mais modernos conceitos de ergonomia e permitem a regulagem da angulação específica no caso de problemas articulares ou de reabilitação


O treinamento de força, quando prescrito de acordo com os fundamentos científicos disponíveis na literatura e executado com a técnica correta, também é recomendado para indivíduos com problemas cardiovasculares, inclusive a hipertensão arterial .


A R.M.L., é muito utilizada nas atividades que se utilizam cargas reduzidas e um grande número de repetições para o mesmo grupamento muscular. A ginástica localizada e a hidroginástica são um exemplo de atividades que utilizam a R.M.L. como qualidade física principal .


Pôr precaução, as aulas de ginástica localizada, compostas por grupos heterogêneos, devem ser evitadas pelos alunos muito mal condicionados ou com dores articulares (principalmente na região cervical, lombar e articulação do joelho). É aconselhável que o aluno faça um período de adaptação num programa individualizado de musculação até que adquira um mínimo de condicionamento físico para suportar uma aula coletiva, sem riscos para sua integridade física . Durante o período de adaptação ao treinamento, recomenda-se que a progressão das cargas seja lenta e criteriosa, principalmente no caso dos indivíduos com problemas articulares



Treinamento Aeróbio



As atividades aeróbias se caracterizam pela utilização dos grandes grupamentos musculares de maneira cíclica e contínua . A energia necessária para manutenção da atividade aeróbia é gerada pelo metabolismo aeróbio, e utiliza como combustíveis principais, a glicose e a gordura . As atividades aeróbias desempenham importante papel no tratamento da obesidade.



Devido ao maior risco de lesões no aparelho locomotor nos exercícios aeróbios de alta intensidade (acima de 60% do VO2 máx.), recomenda-se muita cautela na prescrição . As adaptações fisiológicas nas atividades de baixa para moderada intensidade ( 40 a 60% do VO2 máx.), podem não se manifestar na mesma magnitude se comparadas com as de alta intensidade, mas deve-se considerar que os idosos e sedentários se adaptam melhor e aderem muito mais às atividades que impõem menor dificuldade .

A prescrição da intensidade de treinamento aeróbio pode usar como parâmetro a Freqüência Cardíaca (FC) e a Escala de Percepção de Esforço de Borg . A FC ou pulso é controlada pelo sistema nervoso autônomo e durante o exercício seu aumento é proporcional à intensidade e duração do mesmo. Apesar de apresentar diferentes respostas individuais durante o exercício, a FC pode ser usada como parâmetro para determinação da intensidade do exercício .


O controle da FC pode ser facilmente monitorado utilizando-se um equipamento denominado monitor de freqüência cardíaca. O monitor de FC é composto pôr uma cinta que é colocada logo abaixo do músculo peitoral, que capta os batimentos do coração e transmite os dados para um relógio, registrando a FC pôr minuto. Outra maneira de aferir a FC é através do procedimento tradicional de contagem do número de batimentos no pulso. O número de batimentos deverá ser aferido por 10 segundos e o valor encontrado, multiplicado por seis para que seja obtida a FC em 1 minuto .


Para a prescrição da intensidade do exercício aeróbio (faixa ou zona ideal de treinamento) pela FC, um percentual mínimo e outro máximo da FCmáx. deve ser fixado. Os métodos mais usados para determinar a FCmáx são o teste de esforço e o método da FCmáx. prevista de acordo com a faixa etária . O método da FCmáx. prevista utiliza a seguinte fórmula : 220 – idade = FCmáx. prevista . A zona ideal de treinamento para os idosos gira em torno de 50% a 85% da FCmáx. e varia de acordo com o nível de condicionamento e o objetivo do treinamento Pollock / 1993 ).


Devido ao alto índice de doenças cardiovasculares e de fatores de risco associados , o método de avaliação mais adequado para determinação da FCmáx. dos idosos é o teste de esforço monitorizado ou ergometria, que normalmente é realizado na esteira rolante ou na bicicleta ergométrica .


A escala de percepção de esforço de Borg é um excelente instrumento para o controle da intensidade do exercício . O método consiste no uso de uma escala que relaciona o nível de fadiga central (cardirrespiratório) e periférico, com a intensidade de esforço. Através desta escala é possível determinar qual a intensidade do exercício a partir da percepção do nível do esforço descrita durante o treino. Os métodos de controle da intensidade da FC e da escala de Borg, devem ser utilizados simultaneamente .



Caminhada x Corrida



Hagberg e associados (1989) investigaram grupo de idosos de 70 a 79 anos , a um treinamento com freqüência de três vezes pôr semana durante seis meses. Nos primeiros três meses o treinamento consistia de caminhada com intensidade moderada, durante 40 minutos, que se intensificou gradativamente até os participantes correrem em passos acelerados intercalados com trote (corrida a passos muito lentos).


O resultado obtido foi uma melhora expressiva do VO2 máx. em relação ao grupo controle , mas a partir da passagem da caminhada para a corrida associada ao trote, oito de 14 participantes tiveram lesões ortopédicas . Pode-se concluir , a partir deste e de outros estudos, somados à experiência , que os idosos podem se beneficiar do treinamento aeróbio de alta intensidade, mas necessitam de um maior período de adaptação .


Por ser uma atividade de baixa intensidade e não representar riscos , no que diz respeito a lesões ortopédicas e problemas cardiovasculares, a caminhada é uma atividade segura e ocupa uma posição de destaque no programa de condicionamento físico para terceira idade .

A grande aceitação desta modalidade de exercício está intimamente relacionada ao fato de que a maioria dos idosos , principalmente os muito mal condicionados, prefere e tolera melhor as atividades de baixa para média intensidade. Outra característica importante é o fato de não requerer grandes gastos com equipamentos sofisticados, além de um bom par de tênis, tornando a atividade acessível para a maioria da população. Além de ser extremamente simples e barata, a caminhada é uma atividade que pode ser praticada em dupla, ou mesmo em grupo, o que a torna bastante prazerosa. Muitos indivíduos se beneficiam da prescrição do programa de caminhadas e ultrapassam a linha que separa os sedentários dos ativos. Em se tratando de benefícios para saúde gerados pelo programa de caminhadas, pode-se afirmar que são significativos, principalmente nos indivíduos com um nível de condicionamento físico muito baixo antes do início do programa .




TREINAMENTO DA FLEXIBILIDADE




Os exercícios de alongamento são os mais eficientes para melhorar a flexibilidade e devem ser executados de maneira lenta e progressiva até atingir um ponto em que seja possível sustentar a posição por 10 a 20 segundos. O método que utiliza movimentos balanceados ou balísticos é desaconselhável, pois está relacionado a um maior índice de lesões musculares (Pollock / 1993).




TREINAMENTO DA COORDENAÇÃO E DO EQUILÍBRIO





A diminuição da coordenação motora e do equilíbrio pode ser minimizada com um programa de exercícios específicos. Evidências demonstraram que programas de caminhada, treinamento de força, dança, tai chi chuan e alongamento melhoram a coordenação motora e o equilíbrio . Devido a falta de padronização dos critérios de avaliação da coordenação e do equilíbrio, são necessários estudos mais aprofundados a respeito da relação de causa e efeito de cada modalidade de treinamento, na manutenção e desenvolvimento deste importante elemento da aptidão física.



CONCLUSÕES


São muitos os argumentos científicos favoráveis à prática regular de exercícios. A atividade física é um poderoso instrumento na prevenção e reabilitação de doenças cardiovasculares através do aumento da aptidão cardiorrespiratória e a melhora da função do aparelho locomotor.

A importância da adoção de um estilo de vida ativo e mais saudável deve ser enfatizada desde a infância. O jovem sedentário é potencialmente um idoso doente e dependente .


A qualidade de vida do idoso está diretamente relacionada a sua capacidade de locomoção e sua saúde. A maioria das complicações clínicas enfrentadas pelo idoso são relacionadas à perda da capacidade funcional, dificultando a locomoção e tornando-o sedentário e dependente .


A sarcopenia e a osteoporose, são os principais motivos das quedas e conseqüentemente das fraturas do colo do fêmur e do quadril. A segunda causa de morte na terceira idade é oriunda das complicações clínicas derivadas destas fraturas . A musculação é um dos meios mais efetivos no tratamento da sarcopenia e na prevenção da osteoporose.


O impacto positivo na saúde e na qualidade de vida do idoso, gerado pela participação num programa de exercícios supervisionado, que englobe treinamento de força, treinamento aeróbio e treinamento da flexibilidade, é expressivo. Os indivíduos que não têm acesso a um programa supervisionado de exercícios devem praticar atividades de baixa intensidade e baixo impacto , como caminhada, natação , bicicleta estacionária e dança de salão.


Apesar de não apresentarem resultados na mesma magnitude que os exercícios mais intensos, as atividades de baixa intensidade são comprovadamente benéficas para saúde e o bem estar do idoso .


Evidências sugerem que a prática regular de exercícios pode resultar em benefícios psicológicos, tais como, diminuição dos sintomas da depressão e aumento da auto-estima (ACSM / 1998).








"EM HOMENAGEM A TODOS OS IDOSOS DESTE PAÍS, DE TODAS AS CLASSES SOCIAIS, QUE SÃO ESQUECIDOS PELOS GOVERNOS E POR SUAS FAMÍLIAS, QUE LUTAM PARA PODER COMPRAR SEUS REMÉDIOS ,PAGAREM SEUS PLANOS DE SAÚDE CARÍSSIMOS, QUE LUTAM PARA PODER TER UM ATENDIMENTO DIGNO EM HOSPITAIS PÚBLICOS E QUE COM SUAS APOSENTADORIAS INJUSTAS, AINDA ASSIM, NÃO PERDEM SUA DIGNIDADE AO TRANSMITIREM SUA SABEDORIA AOS MAIS JOVENS, DIZENDO :


- INDEPENDENTE DOS OBSTÁCULOS,NUNCA DESISTAM!

NÓS ACREDITAMOS EM VOCÊS!!!"



PARA MEUS AVÓS QUE SE ENCONTRAM NO ASTRAL SUPERIOR,

HELENA E EUCLIDES,

LAURA E GASTÃO,

QUE COM SEU AMOR VERDADEIRO

E SUA CREDIBILIDADE EM MEU SER,

APRENDI A SER SENSÍVEL E HONESTA!

E, NÃO DESISTIR NUNCA!!!


CLAUDIA FERNANDES






BIBLIOGRAFIA


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