reabilitação terceira idade

quinta-feira, 30 de maio de 2013

HIPERTENSÃO ENTENDER E TRATAR

HIPERTENSÃO ARTERIAL | Sintomas e tratamento






A hipertensão arterial, conhecida popularmente como pressão alta, é uma das doenças mais prelevantes no mundo, acometendo cerca de um terço da população adulta. Nas últimas décadas o número de hipertensos tem aumentado progressivamente devido a fatores como maior expectativa de vida, maior incidência de obesidade, sedentarismo e maus hábitos alimentares.

Neste texto abordaremos as seguintes questões sobre a hipertensão arterial:
  • Sintomas da hipertensão arterial.
  • Diagnóstico da hipertensão arterial.
  • Valores normais da pressão arterial.
  • Doenças causadas pela hipertensão arterial.
  • Hipertensão maligna e urgência hipertensiva.
  • Remédios para pressão alta.
Este é o primeiro texto da nossa série sobre hipertensão arterial, composta também pelos seguintes temas:

- CAUSAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL (PRESSÃO ALTA)
- SINTOMAS DA HIPERTENSÃO
- TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO | Captopril, Enalapril, Losartan
- TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO | Nifedipina, Adalat, Amlodipina...
- HIPERTENSÃO ARTERIAL DE DIFÍCIL CONTROLE
- EFEITOS DO SAL NA PRESSÃO ARTERIAL
- ECLÂMPSIA | PRÉ-ECLÂMPSIA | Sintomas e tratamento

Sintomas da hipertensão arterial

Um dos grandes problemas da hipertensão arterial é o fato desta ser assintomática até fases avançadas. Não existe um sintoma típico que possa servir de alarme para estimular a procura por um médico.

Achar que é possível estimar se a pressão arterial está alta ou normal baseado na presença ou na ausência de sintomas, como dor de cabeça, cansaço, dor no pescoço, dor nos olhos, sensação de peso nas pernas ou palpitações, é um erro muito comum. Um indivíduo que não costuma medir sua pressão arterial simplesmente porque não tem nenhum sintoma, pode muito bem ser hipertenso e não saber. Por outro lado, se o paciente é sabidamente hipertenso, mas também não mede a pressão arterial periodicamente, pode ter a falsa impressão de a ter controlada. Não existe nenhuma maneira de avaliar a pressão arterial sem que se faça a aferição da mesma através de aparelhos específicos, chamados popularmente de "aparelhos de pressão".

O fato de algumas pessoas terem dor de cabeça ou mal estar quando apresentam pressões arteriais muito elevadas não significa que estes sintomas sirvam de parâmetro. Estas mesmas pessoas podem ter picos de hipertensão assintomáticos e não se darem conta disso. É bom salientar que a dor aumenta a pressão arterial, sendo difícil saber nestes casos se a pressão subiu pela dor de cabeça ou a dor de cabeça surgiu pela pressão alta.

Com que frequência devemos medir a pressão arterial?

Todo indivíduo adulto deve pelo menos uma vez a cada um ou dois anos medir sua pressão arterial. Se o paciente for obeso, fumante, diabético ou se tiver história familiar de hipertensão arterial, a pressão deve ser medida com uma periodicidade maior, cerca de duas vezes por ano.

Já os pacientes sabidamente hipertensos devem medir a pressão arterial pelo menos uma vez por semana para saber se a hipertensão está bem controlada. Hoje em dia já existem aparelhos de medir a pressão arterial automatizados, que podem ser adquiridos pelos pacientes para aferição da pressão arterial em casa.

Diagnóstico da hipertensão arterial

Um erro comum no diagnóstico da hipertensão é achar que o paciente é hipertenso baseado apenas em uma aferição isolada da pressão arterial. Um paciente hipertenso pode ter momentos do dia em que a pressão esteja dentro ou próximo da faixa de normalidade, assim como uma pessoa sem hipertensão pode apresentar elevações pontuais de pressão arterial, devido a fatores como estresse e esforço físico. Portanto, não se faz diagnóstico, nem se descarta hipertensão, baseado em apenas uma única medida.

Vários fatores podem alterar a pressão arterial pontualmente, entre eles, estresse, esforço físico, uso de bebidas alcoólicas, cigarro, etc. A maioria das pessoas só procura medir sua pressão após eventos de estresse emocional ou dor de cabeça, situações que por si só podem aumentar os níveis tensionais.

Para se dar o diagnóstico de hipertensão arterial são necessárias de três a seis aferições elevadas, realizadas em dias diferentes, com um intervalo maior que um mês entre a primeira e a última aferição. Deste modo, minimiza-se os fatores confusionais externos. O paciente considerado hipertenso é aquele que apresenta a sua pressão arterial elevada frequentemente e durante vários períodos do dia.

O que é o M.A.P.A?

Hipertensão arterialQuando após algumas aferições da pressão ainda há dúvidas se o paciente é realmente hipertenso ou apresenta apenas pressão alta por ficar nervoso durante a medição da pressão arterial, o ideal é solicitar um exame chamado M.A.P.A (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial). Este exame é basicamente um aparelho de pressão que fica no braço do paciente durante 24h, aferindo e registrando seus valores da pressão arterial diversas vezes por dia, em situações diárias comuns, como dormir, comer, trabalhar, etc.

Após 24h de aferições, o aparelho é entregue ao médico que faz a interpretação dos registros. Pessoas com mais de 50% das aferições elevadas são consideradas hipertensas. Entre 20% e 40% das medições elevadas, são pessoas com grande risco de desenvolver hipertensão arterial, o que já indica mudanças nos hábitos de vida e de alimentação. Pessoas normais apresentam a pressão controlada por mais de 80% do dia.

O M.A.P.A pode ser usado para se fazer o diagnóstico de hipertensão arterial nos casos duvidosos mas também para se ter uma ideia da efetividade do anti-hipertensivos naqueles pacientes já sabidamente hipertensos e em tratamento. Se o paciente é hipertenso, está a tomar medicamentos e apresenta ao M.A.P.A pressões altas ao longo do dia, isto é um forte indício de que o atual tratamento proposto não está sendo eficaz.

Critérios para hipertensão arterial

A definição mais aceita hoje em dia sobre hipertensão é a seguinte:

Normotensos: pressões menores ou igual a 120/80 mmHg
Pré-hipertensos: Pressões entre 121/81 - 139/89 mmHg
Hipertensos grau I : Pressões entre 140/90 - 159/99 mmHg
Hipertensos grau II: Pressões maiores ou iguais a 160/100 mmHg

Hipertensão do jaleco branco (bata branca)

Dá-se o nome de hipertensão arterial do jaleco branco quando encontramos pacientes que só apresentam pressão alta durante as consultas médicas. São pessoas que ficam ansiosas na presença do médico e a pressão sobe pontualmente. Em casa, fora das consultas, apresentam a pressão arterial na faixa da normalidade. Às vezes é difícil diferenciá-las dos hipertensos verdadeiros. Em geral é preciso realizar o M.A.P.A para se ter certeza.

A hipertensão do jaleco branco não é hipertensão propriamente dita, mas acomete pessoas que apresentam maior tendência de desenvolvê-la, sendo um fator de risco para hipertensão real. Estes pacientes têm indicação para mudanças nos hábitos de vida visando impedir a progressão para a doença estabelecida.

Consequências da hipertensão

A hipertensão está associada a diversas doenças graves como:

- Insuficiência cardíaca (leia: INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - CAUSAS E SINTOMAS)
- Infarto do miocárdio (leia: SINTOMAS DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E ANGINA)
- Arritmias cardíacas (leia: PALPITAÇÕES, TAQUICARDIA E ARRITMIAS CARDÍACAS)
- Morte súbita
- Aneurismas (leia: O QUE É UM ANEURISMA ?)
- Perda da visão (retinopatia hipertensiva)
- Insuficiência renal crônica (leia: INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA - SINTOMAS)
- AVC isquêmico e hemorrágico (leia: ENTENDA O AVC - ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL)
- Demência por micro infartos cerebrais.
- Arteriosclerose

A hipertensão arterial raramente tem cura e o objetivo do tratamento é evitar que órgãos como coração, olhos, cérebro e rins, chamados de órgãos alvo, sofram lesões que causem as doenças descritas acima.

Como já mencionei, as lesões iniciais da hipertensão arterial são assintomáticas, porém, existem exames que podem detectá-las precocemente.

HIPERTENSÃO E RINS

Uma manifestação precoce de lesão renal pela pressão alta é a presença de proteínas na urina, chamada proteinúria (leia: PROTEINÚRIA, URINA ESPUMOSA E SÍNDROME NEFRÓTICA ). Essas proteínas podem ser detectadas facilmente através de um exame de urina simples chamado de E.A.S (leia: ENTENDA SEU EXAME DE URINA). Pequenas quantidades de proteínas são assintomáticas. Lesões renais avançadas levam a grandes proteinúrias, que se manifestam como uma grande formação de espuma na urina (tipo colarinho de chopp). Outro sinal de doença avançada é a elevação da creatinina sanguínea (leia: CREATININA E UREIA).

A pressão alta, se não tratada, pode a longo prazo levar à insuficiência renal terminal e necessidade de hemodiálise.

HIPERTENSÃO E OLHOS

A hipertensão arterial leva à lesão dos vasos que irrigam os olhos causando perda progressiva da visão. Um exame de fundo de olho pode revelar lesões precoces que ainda não causam sintomas. O exame de fundo de olho aquele exame simples em que o médico dilata a nossa pupila e depois observa o olho com uma lanterna especial
(leia: FUNDO DE OLHO | Oftalmoscopia).

Comparem as duas fotos abaixo de um exame de fundo de olho. A primeira é de um olho normal. O segundo é um olho com retinopatia hipertensiva avançada. As manchas vermelhas arredondadas são hemorragias e as manchas claras são pus. Reparem na deformidade dos vasos.

Fundo de olho normalFundo de olho - hipertensão arterial

HIPERTENSÃO E CORAÇÃO

O coração é talvez o órgão que mais sofra com a hipertensão. A pressão arterial elevada faz com o ele tenha que bombear o sangue com mais força para vencer essa resistência. O coração é um músculo e como tal se hipertrofia (aumenta a massa muscular) quando submetido a esforços cronicamente. Um coração com massa muscular aumentada apresenta um espaço menor na sua cavidade para receber sangue. Esta diminuição no espaço para o sangue dentro do coração causa a chamada disfunção diastólica.

A hipertrofia do ventrículo esquerdo e a disfunção diastólica são os sinais mais precoces de estresse cardíaco pela hipertensão. Podem ser detectados no eletrocardiograma, mas são mais facilmente vistos no ecocardiograma.

Como um elástico que durante muito tempo foi esticado e acaba por perder sua elasticidade, ficando frouxo, o coração depois de anos de estresse pela hipertensão deixa de hipertrofiar e começa a dilatar-se, perdendo a capacidade de bombear o sangue. A esta fase dá-se o nome de insuficiência cardíaca (leia: INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - CAUSAS E SINTOMAS).

A hipertensão também aumenta o risco de doença coronariana, estando os pacientes hipertensos mal controlados sob maior risco de infarto do miocárdio (leia. INFARTO DO MIOCÁRDIO | Causas e prevenção).

HIPERTENSÃO E CÉREBRO

Um dos mais importantes fatores de risco para AVC (derrame cerebral) é hipertensão arterial (leia: AVC (acidente vascular cerebral)).

Muitas vezes os infartos cerebrais são pequenos e não causam grandes sequelas neurológicas. Conforme o tempo passa e hipertensão não é controlada, essas pequenas lesões vão se multiplicando, sendo responsáveis pela morte de milhares de neurônios. O paciente começa a apresentar um quadro de progressiva perda das capacidades intelectuais, que costuma passar despercebida pela família nas fases iniciais, mas que ao final de vários anos leva a um quadro chamado de demência multi-infarto ou demência vascular.

Na maioria das vezes, estas lesões de órgãos importantes causadas pela hipertensão arterial mal controlada podem ser revertidas se tratadas a tempo. Mas para isso é necessária a conscientização de que a hipertensão deve ser tratada antes dos sintomas das lesões destes órgãos aparecerem, e não depois.

Os principais fatores de risco para hipertensão arterial são:

- Raça negra
- Obesidade
- Elevado consumo de sal (leia: SAL E HIPERTENSÃO)
- Consumo de álcool (PERIGOS DO CONSUMO DE ÁLCOOL E DO ALCOOLISMO)
- Sedentarismo
- Colesterol alto
- Apneia obstrutiva do sono
- Tabagismo
- Diabetes Mellitus (Leia: DIABETES | Diagnóstico e sintomas)

Hipertensão maligna e urgência hipertensiva

A hipertensão maligna é uma emergência médica e ocorre quando há um aumento súbito dos níveis da pressão arterial, causando lesão aguda de órgãos nobres como rins, coração, cérebro e olhos. A hipertensão maligna normalmente se apresenta com valores de pressão sistólica acima de 220 mmHg ou diastólica acima de 120 mmHg

As manifestações mais comuns são insuficiência renal aguda, hemorragias da retina, edema da papila do olho, insuficiência cardíaca aguda e encefalopatia (alterações neurológicas pela pressão elevada).

Nem todo paciente com níveis elevados de pressão arterial apresenta hipertensão maligna. Para que isso ocorra é preciso, além da hipertensão grave, haver sintomas e lesões agudas de órgãos nobres. Quando os níveis tensionais estão muito elevados, normalmente acima de 180 x 120 mmHg, mas não há sintomas ou lesões agudas de órgãos, chamamos de urgência hipertensiva.

A hipertensão maligna é indicação de internação e redução rápida dos valores da pressão. Na urgência hipertensiva, não há necessidade de hospitalização e a pressão pode ser reduzida gradativamente ao longo de 24-48 horas.

Tratamento da hipertensão arterial

Uma vez feito o diagnóstico, todos os doentes devem se submeter a mudanças de estilo de vida antes de se iniciar terapia com medicamentos. As principais são:

- Redução de peso
- Iniciar exercícios físicos
- Abandonar cigarro (leia: MALEFÍCIOS DO FUMO)
- Reduzir o consumo de álcool (leia: MALEFÍCIOS DO ÁLCOOL)
- Reduzir consumo de sal
- Reduzir consumo de gordura saturada (leia: COLESTEROL BOM (HDL) E COLESTEROL RUIM (LDL))
- Aumentar consumo de frutas e vegetais

A redução da pressão com essas mudanças costuma ser pequena e dificilmente uma pessoa com níveis pressóricos muito altos (maior que 160/100 mmHg) atinge o controle sem a ajuda dos remédios. Todavia, nas hipertensões leves, há casos em que apenas com controle do peso, dieta apropriada e prática regular de exercícios consegue-se o controle da pressão arterial. O problema é que a maioria dos pacientes não aceita mudanças nos hábitos de vida e acabam tendo que tomar medicamentos para controlar a pressão.

Aqueles doentes que já chegam ao médico com pressão alta e sinais de lesão de algum órgão alvo devem iniciar tratamento medicamentoso logo, uma vez que o fato indica hipertensão de longa data. Obviamente, as mudanças de estilo de vida também estão indicadas neste grupo.

Apenas pacientes com sinais de lesão de órgão alvo, insuficiência renal crônica (leia: VOCÊ SABE O QUE É CREATININA ?), diabetes ou com doenças cardíacas, devem iniciar o tratamento com drogas imediatamente.

Remédios para hipertensão arterial (anti-hipertensivos)

Vou descrever os principais medicamentos usados para controlar a pressão alta. Não use esse texto para se automedicar (até porque não descrevei as doses), mas sim para poder discutir com seu médico a droga mais indicada no seu caso.


São inúmeras as drogas usadas no tratamento da hipertensão arterial, porém quatro classes são classificadas de drogas de primeira linha. É importante destacar que muitos pacientes precisam de mais de um medicamento para controlar sua pressão arterial. Algumas pessoas têm hipertensão de difícil controle e, às vezes, precisam de até seis drogas anti-hipertensivas. O tratamento dos casos de hipertensão arterial de difícil controle será discutido em um texto à parte: HIPERTENSÃO ARTERIAL DE DIFÍCIL CONTROLE.

1.) Diuréticos tiazídicos (leia: DIURÉTICOS - Furosemida, Hidroclorotiazida, Indapamida)

Ex: Hidroclorotiazida, Indapamida e Clortalidona

São drogas baratas e com bons resultados. Se não forem a primeira opção, devem ser na pior das hipóteses a segunda. Essa classe de diuréticos é uma ótima primeira opção como anti-hipertensivos para negros e idosos.

Doses muito elevadas podem atrapalhar o controle da glicemia em diabéticos. Diuréticos aumentam o ácido úrico e devem ser evitados em quem tem gota (leia: GOTA e ÁCIDO ÚRICO).

O Lasix (furosemida) é um diurético de outra classe e não está indicado como primeira linha no tratamento da hipertensão, exceto em doentes com insuficiência cardíaca ou insuficientes renais crônicos.

2.) Inibidores da ECA (IECA) e Antagonistas dos receptores da angiotensina 2 (ARA2) (leia: TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO - Captopril, Enalapril, Losartan...)

Ex: Captopril, enalapril, ramipril, lisinopril, losartan, candesartana, olmesartana

Também excelentes drogas para o controle da pressão arterial. São indicados principalmente em jovens, pessoas com doença cardiovascular e insuficiente renais crônicos , principalmente se já houver proteinúria.

Funcionam mal em negros. Podem elevar o potássio sanguíneo e causar alergias em alguns doentes.

3.) Inibidores do canal de cálcio (leia: TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO | Nifedipina, Adalat, Amlodipina...)

Ex: Nifedipina e Amlodipina

Melhor escolha para negros e muito bom para idosos.

É uma classe de hipertensores com forte ação, sendo um boa opção quando a pressão alta não cede com diuréticos ou IECA.

Algumas pessoas apresentam edemas (inchaços) nos membros inferiores como efeito colateral (leia: INCHAÇOS E EDEMAS ).

4.) Beta-Bloqueadores

Ex: Propranolol, Atenolol, Carvedilol, metoprolol, bisoprolol

São inferiores aos três anteriores, mas devem ser primeira escolha nos doentes com doença cardiovascular, arritmias cardíacas, enxaqueca (leia: DOR DE CABEÇA (CEFALEIA)), hipertireoidismo (leia: DOENÇAS E SINTOMAS DA TIREOIDE ) e pessoas ansiosas com tremores das mãos.

Não deve ser usado em asmáticos e pessoas com frequência cardíaca abaixo dos 60 batimentos por minuto.

Doentes com hiperplasia benigna da próstata devem usar uma outra classe chamada de Bloqueadores alfa como o Prazosin e o Doxazosin. São drogas de segunda linha que não devem ser prescritas em outros grupos.

Neste casos graves, de difícil controle, existem alternativas como hidralazina, metildopa, clonidina e minoxidil, medicamentos mais potentes, mas também com maior incidência de efeitos colaterais.

Vérsion en español: HIPERTENSIÓN ARTERIAL


domingo, 26 de maio de 2013

DORT OU LER

ALONGAMENTOS E EXERCÍCIOS NA PREVENÇÃO DA DORT OU LER






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ALONGA-SE                                                                    EXERCICIOS DIARIO





ALONGAMENTO EM FAMILIA                                                          


Indivíduos que possuem maiores graus de flexibilidade, tendem a mover-se com maior facilidade, aumentando a segurança na execução de exercícios físicos ou tarefas motoras do cotidiano como brincar com os filhos, em realizar trabalhos domésticos, trocar um pneu furado, etc., e são menos susceptíveis a lesões quando submetidos a esforços físicos mais intensos. Um outro benefício ainda pouco esclarecido é a melhora da coordenação motora e reflexos em geral. Os exercícios de alongamentos parecem melhorar a comunicação neuro-muscular com o cérebro, contribuindo assim para um maior controle e precisão dos movimentos



























 
A pessoa saudável precisa ter condições mínimas em diferentes capacidades físicas. Como força, resistência, resistência aeróbica e flexibilidade. Os alongamentos nada mais são do que exercícios destinados a desenvolver a flexibilidade e para isso, ao longo do tempo, foram desenvolvidos vários métodos, cada um com a sua aplicabilidade .
 
 
 
A inatividade poderá restringir a amplitude dos movimentos destes componentes e comprometer a flexibilidade. Já, todo treinamento físico envolve um estímulo e uma adaptação do organismo, que neste caso é aumentar os limites da amplitude das articulações. Esta capacidade de adaptação depende de vários fatores: idade, sexo, genética, biotipo, condicionamento físico, tônus muscular, tipo de exercício, hora do dia e temperatura ambiente. 
Em decorrência da ação do hormônio estrógeno, por exemplo, a flexibilidade corporal da mulher é maior que a do homem.
Interfere ainda a respiração e a concentração.

Os índices melhores ou piores de flexibilidade resultam da elasticidade (capacidade de estiramento muscular) que é capaz de alcançar um músculo e seus componentes (tendões), associados à mobilidade da articulação por que este (o músculo) passa. As articulações por sua vez são compostas por ligamentos, tendões e cápsulas. Se todas estas estruturas apresentarem bom estado de elasticidade, conseqüentemente teremos um alto índice de flexibilidade ....................................................................................................
 
 
 
 
O alongamento, e a valência física da flexibilidade, passou a ser melhor estudado a partir dos anos 40 e de lá pra cá muita discussão tem gerado. Entretanto, os benefícios e a aplicabilidade do alongamento são indiscutíveis e vão desde a preocupação com a qualidade de vida até os treinamentos mais complexos do esporte. Com relação à Qualidade de Vida existe consenso, mas no treinamento esportivo e na musculação existem correntes divergentes. ===========================================

 
 
 
ALONGAMENTO:

   - "É Forma de trabalho que visa à manutenção dos níveis de flexibilidade obtidos e a realização dos movimentos de amplitude normal com o mínimo de restrição física possível \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
 
   FONE : 993662013
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

idoso

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O movimento para introduzir pessoas idosas em cursos técnico-profissionalizantes e em cursos livres em universidades é um fenômeno recente e atende às necessidades sociais de capacitar e reorientar estas pessoas para uma nova fase de vida e possível reinserção no mercado de trabalho. A educação e a informação são alguns dos determinantes para qualidade de vida e favorecer a longevidade. Pessoas que não sabem ler, nem escrever ou interpretar uma informação que recebem numa consulta médica (por exemplo) não dominam seu processo de vida nem estão aptos para decidir acertadamente suas vidas.
Iniciadas em países desenvolvidos na década de 90 as universidades da terceira idade têm sido numerosas e bem sucedidas e contam, em seu projeto curricular, na sua maioria, com aprendizagem e atividades de informática. Um dos aspectos de relevância é que o idoso é inserido na vida acadêmica e passa a conviver com alunos jovens e currículos de disciplinas opcionais de seu interesse.
Além da capacitação, estas instituições e projetos oportunizam a socialização, atividades intergeraconais e o conseqüente entrelaçamento com os aspectos psicológicos que envolvem a auto-estima, o afeto, as emoções e a predisposição do idoso em viver sua vida de forma agradável.
Deveremos ter em curto espaço de tempo um incremento nestas iniciativas, devido ao rápido envelhecimento da população mundial. É previsto que por volta de 2050, pela primeira vez na história da espécie humana, o número de pessoas acima dos 60 anos será maior que o de crianças abaixo dos 14 anos.
Segundo os últimos dados da ONU, a população mundial deve aumentar, dos 6 bilhões no ano de 2000, para 10 bilhões em 2050. No mesmo período, o número de pessoas com mais de 60 anos deverá triplicar, passando de 600 milhões para 2 bilhões, ou seja, quase 25% da população do planeta terá 60 anos ou mais.
Além disso, pesquisas recentes mostram que cresce o número de pessoas que busca uma nova profissão depois da aposentadoria. As carreiras mais procuradas por este segmento são Turismo, Psicologia, Informática, Literatura e Artes, mostrando também que a socialização do idoso é prática fundamental para a preservação de sua saúde física e mental, uma vez que o processo de envelhecimento implica em alterações funcionais e comportamentais.
É um equívoco inferir que os idosos não são criativos, pois muitos artistas, músicos, escritores e cientistas produziram grandes obras após completar 70 (setenta) anos, como Bethoven, Picasso, Verdi, Wistin Churchill, dentre outros. A idade não determina, por si só, a criatividade e a capacidade de aprender. Na juventude predominam as funções que podem ser definidas como a inteligência fluida (agilidade mental, capacidade de combinação, orientação em situações novas) e com a idade aumentam as faculdades compreendidas no conceito de inteligência cristalizada (conhecimentos gerais, saber com base na experiência, vocabulário, compreensão de linguagem).
Desse modo, algumas teorias afirmam que envelhecer não diminui o rendimento intelectual e produz-se uma modificação qualitativa, ou seja, surgem outras modalidades do complexo ato de pensar. O processo de adaptação do idoso às novidades educacionais que se apresentam dependerá especialmente, das histórias pessoais de saúde e doença (pelas quais passou e no modo como as enfrentou), das condições educacionais a ele oferecidas (as quais aproveitou ou deixou de aproveitar), do apoio do ambiente familiar e social, e, especialmente, dos seus recursos econômicos (permitam ter o acesso a tecnologias que contribuam para a compensação das dificuldades cada vez maiores que lhe serão impostas pelo envelhecimento).
No processo de aprendizagem durante o envelhecimento, várias questões se apresentam. Uma delas, que vem sendo atualmente bastante enfatizada, tem sido a aprendizagem do uso do computador como ferramenta de trabalho ou de comunicação e fonte de informação, inseridos nos cursos das universidades abertas para a terceira idade. Tais questões residem na compreensão da forma pela qual essa aprendizagem afeta seu sistema de crenças e sua representação social. Aqueles que não puderam realizar ou alcançar o nível universitário, bem como aqueles que já o concluíram, têm tido a oportunidade de vivenciar ou re-vivenciar a convivência no meio acadêmico por meio das universidades para a terceira idade.
A educação permanente cria novas possibilidades às metas de vida dos idosos, em razão que, a partir do processo de reflexão sobre o complexo sistema sócio-político-econômico, o idoso constrói uma nova consciência de si mesmo, percebem as suas potencialidades e, conseqüentemente, obtêm uma melhor qualidade de vida.
Projetos na área da educação costumam estar voltados para crianças e jovens, para promover a formação integral para cidadania e prepará-los para o ingresso no mercado de trabalho. A criação de oportunidades educacionais para pessoas idosas continua sendo preterida, não obstante o aumento da expectativa de vida nos últimos tempos.
ENSINO A DISTANCIA
Identificar e analisar as transformações oriundas do envelhecimento humano possibilita estabelecer propostas educacionais eficazes, que contribuam para suprir as necessidades específicas dessa população e proporcionar a melhoria da sua condição de vida. Os idosos, muitas vezes, têm dificuldade em se libertar de certos padrões de comportamento, demonstrando resistência para assimilar novas orientações para resolução de problemas.
No tocante ao aprendizado e à memória, a utilização de experiências anteriores para solução de novos problemas pode afetar o processo aprendizagem. No âmbito das tecnologias da informação, por exemplo, pessoas da terceira idade costumam ter medo do novo e do desconhecido e, não raro, precisam de incentivo para começar. Por outro lado, a informática estimula a socialização.
Alguns estudos mostram que o uso da Internet pode ajudar a superar a depressão, a solidão e o desamparo, sentimentos relativamente comuns em idosos. Entretanto, a escassez de conteúdos específicos para idosos é uma das principais explicações para a aparente auto-exclusão dos mais velhos no mundo da tecnologia.
Trabalhos em didática direcionados ao idoso ainda são raros o que torna importante a busca de alternativas que possibilitem o aperfeiçoamento de programas educacionais com esta orientação. O Estatuto do Idoso dá respaldo para elaboração de projetos educacionais voltados a esta parcela da população (Lei 10.741/030) que prevê no artigo 20 que “O idoso tem direito à educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade”. A questão metodológica está contida, no mesmo estatuto, no artigo 21 que preceitua que “O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados”. O parágrafo primeiro deste mesmo artigo trata mais especificamente do tema proposto: “Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna”.
O uso de linguagem articulada, enfática e com a voz clara e audível, contribui na assimilação do conhecimento, principalmente para os idosos com algum tipo de dificuldade auditiva. No que diz respeito à educação a distância, é preciso levantar quais conceitos e recursos desta modalidade se adequam melhor à terceira idade. O ensino à distância poderia favorecer este público.
O ensino para idosos apresenta especificidades que precisam ser pesquisadas e sistematizadas a fim de desenvolver uma metodologia inclusiva e eficaz. Mas num primeiro momento, algumas especificidades podem ser destacadas, como:
· Conhecimentos e experiências acumuladas – pessoas de idade avançada já chegam à sala de aula com uma imensa bagagem de vivências e conhecimentos que não podem ser desprezados pelo educador;
· Velocidade de aprendizagem – em pessoas idosas, o ritmo de aprendizagem costuma ser mais lento e, portanto, deve ser respeitado, sob pena de gerar insegurança e bloqueios aos conteúdos tratados no curso;
· Dificuldades de ordem visual – não é incomum em cursos de informática, por exemplo, observar idosos que necessitam, além da correção visual dos óculos, recorrerem a lupas para melhor visualizar imagens em um monitor de computador;
· Dificuldades de ordem auditiva – idosos que apresentam algum tipo de problema auditivo requerem atenção especial e maior proximidade do professor na sala;
· Problemas de locomoção – a dependência de instrumentos de locomoção como muletas ou cadeiras de rodas exigem cuidados na acomodação de alguns idosos ao local de estudo.
Estas são algumas características que tornam o ensino para idosos uma matéria que requer maiores considerações e uma atenciosa elaboração. Ao oportunizar o acesso aos avanços tecnológicos poderemos prolongar a vida dos indivíduos que podem se manter produtivos, mesmo em faixas etárias mais avançadas.
O processo de envelhecimento traz inevitáveis conseqüências para o indivíduo, quais sejam: perda dos seus papéis familiares e no mercado de trabalho estimula o afastamento das gerações, assim como o conflito e a indiferença, quando não o desprezo ou a tolerância forçada. No final da vida percebe-se idosos condenados ao isolamento social e cultural pela fragmentação da família, aposentadoria e por uma política insatisfatória de atendimento às suas necessidades.
Para superá-las busca-se o resgate da auto-estima, a alegria, a descoberta de suas potencialidades, o prazer de se expressar e ser ouvido são perspectivas para uma vida mais plena. Partindo de uma nova concepção de velhice, agora associada a dinamismo e lazer, o público idoso começa a participar mais do espaço público. Logo, é preciso criar estratégias de sociabilidade que permitam aos idosos estabelecer novas relações sociais e distanciar-se cada vez mais do isolamento.
Para alguns especialistas, a Universidade pode cumprir plenamente esta função de reinserção do idoso no meio social. As microuniversidades temáticas, voltadas especialmente para esse público, seriam capazes de fornecer assistência médica entre outras, além de proporcionar ensino nos vários campos do saber e propor atividades culturais.
O ensino à distância traz algumas vantagens, como por exemplo, a possibilidade de adequação ao ritmo de cada um. Além disso, existe a adequação de conteúdos a condições de aprendizagem especiais. Há ainda, como outro efeito bem-vindo, as oportunidades socialização advindas da interação, que podem se constituir num poderoso “remédio” contra a solidão. Sem falar na manutenção da atividade cognitiva, proporcionada pela formação continuada e o fornecimento constante de estímulos, exercícios e atividades.
O cuidado com o desenvolvimento de programas educacionais para o público da terceira idade é, portanto, de grande importância no desenvolvimento de participação mais ativa da população idosa na vida em sociedade e, em conseqüência, fornecer instrumentos que favoreçam sua autonomia e independência aliada à longevidade e envelhecimento ativo.
Rosane Magaly Martins, escritora, advogada pós-graduada em Direito Civil, com especialização em Mediação de Conflitos pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Também é pós-graduada em Gerontologia (FURB/2005) e Gerencia em Saúde para Adultos Maiores (OPS/México) com formação docente em Gerontologia (Comlat/Colômbia). É autora de diversos livros, sendo os últimos “Diário de uma aborrecente” (Estúdio Criação/2009) e “Martins ao Cubo” (Odorizzi/2008). É fundadora e presidente da ONG Instituto AME SUAS RUGAS e participa desde 2007 na Europa e na América Latina de congressos, cursos e especialização que envolve o tema. Organiza a publicação da coleção de livros Ame suas rugas 1, 2 e 3 lançados no Brasil e em Portugal.