reabilitação terceira idade

terça-feira, 26 de março de 2013

ATIVIDADE FISICA O MELHOR REMÉDIO

O BENEFÍCIO DA HIDROTERAPIA EM PACIENTES
QUE SOFRERAM AVC

O ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) é uma condição que pode resultar em prejuízo neurológico e levar à incapacidade e morte. Suas manifestações frequentemente envolvem: fraqueza muscular, espasticidade e padrões motores atípicos.
Existem dois tipos de AVC:
  1. Acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) e
  2. Acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCh).
O AVCi, é causado por uma oclusão vascular localizada, levando à interrupção do fornecimento de oxigênio e glicose ao tecido cerebral, conseqüentemente afetando os processos metabólicos da região envolvida.
Os AVCs também podem ser hemorrágicos, causados por aneurisma ou trauma dentro das áreas extra vasculares do cérebro. Os fatores que mais contribuem para a formação de um aneurisma são os defeitos de desenvolvimento que causam fraqueza na parede do vaso sanguíneo.
 

ETIOLOGIA

A etiologia mais comum do AVC decorre de doenças cardiovasculares: doença valvular, infarto do miocárdio, arritmias, doença cardíaca congênita; doenças sistêmicas que podem produzir êmbolos sépticos, gordurosos ou de ar, que afetam a circulação cerebral.
Os AVCi também podem ocorrer de uma perfusão sistêmica baixa, como resultado de insuficiência cardíaca ou perda importante de sangue com a consequente hipotensão sistêmica. Em decorrência da escassez de fluxo sanguíneo cerebral o cérebro encontra-se privado de glicose e oxigênio que lhe são necessários, prejudicando assim o metabolismo celular, levando à lesão e morte dos tecidos. Por outro lado as causas de hemorragia estão estreitamente relacionadas à hipertensão arterial.
 

INCIDÊNCIA

O risco de sofrer um AVC é superior nos homens, sendo este ultrapassado pelas mulheres após os 85 anos idade.
 

FATORES DE RISCO

Podemos destacar: hipertensão arterial; o diabetes mellitus; a dislipidemia; a presença de doença cardiovascular prévia; a obesidade; o tabagismo; a ingestão abusiva de álcool; a vida sedentária; o uso de anticoncepcionais orais.
 

TRATAMENTO

Varias tipos de tratamento e técnicas são utilizadas para reabilitar um paciente com AVC, e, dentre eles, a hidroterapia é um dos recursos terapêuticos utilizados para o gerenciamento de tal disfunção física.
Diversas abordagens de hidroterapia podem ser utilizadas no tratamento de pacientes com AVC.
O método Bad Ragaz tem como objetivo a redução do tônus muscular; relaxamento; aumento da amplitude articular; fortalecimento muscular preparando os membros inferiores para descarga de peso; restaurar o padrão normal de movimento dos membros superiores e inferiores; além de melhora da resistência geral.
O método Halliwick foi desenvolvido com a proposta inicial de auxiliar pessoas com problemas físicos a tornarem-se mais independentes para nadar. A ênfase inicial do método era recreativa com o objetivo de independência na água.
O Watsu utiliza técnicas de flutuação, em piscina com água aquecida, aplicando alongamentos e movimentos do Zen Shiatsu. No Watsu, o paciente permanece flutuando e a partir dessa postura são realizados alongamentos e rotações do tronco, que auxiliam para o relaxamento profundo, vindo por meio do suporte da água e dos movimentos rítmicos.
As propriedades de suporte, assistência e resistência da água junto às técnicas acima citadas favorecem os fisioterapeutas e auxiliam os pacientes na execução de programas voltados para melhora da amplitude de movimento, recrutamento muscular, exercícios de resistência e no treinamento de ambulação e equilíbrio.
Por NELSON SANTOS

Além do alto número de mortes, é alta também a chance de o indivíduo que sofre um AVC - e que não recebe tratamento a tempo – ficar com sequelas, algumas muito graves. Elas são bastante variadas e dependem da região do cérebro onde aconteceu a lesão.
Confira abaixo os tipos de AVC e as principais sequelas que eles podem deixar no paciente. Quanto mais preciso for o seu diagnostico, mais rápido um tratamento específico pode ser iniciado e mais chances o indivíduo terá de resgatar a sua independência.

Tipos de AVC

O AVC isquêmico é o mais comum e acontece quando falta sangue em uma determinada região do cérebro, levando à morte das células por déficit de oxigênio. O dano é grave e pode atingir de forma definitiva o cérebro, caso não seja tratado rapidamente e de forma eficaz.
O AVC hemorrágico acontece por algum tipo de má-formação (aneurisma, angioma), e o resultado é uma inundação de sangue no cérebro. Este é considerado mais perigoso em primeira instância e possui maior índice de mortalidade, pois o volume de sangue pode causar maiores danos cerebrais. Contudo, a longo prazo, o sangue é reabsorvido e as sequelas podem ser menores, quando diagnosticado a tempo e de forma adequada, evitando lesões isquêmicas secundárias.

As principais sequelas

Paralisias
As sequelas do acidente vascular cerebral são decorrentes do tipo de lesão, da extensão e da sua localização. Geralmente, a área mais afetada é a região irrigada pela artéria cerebral média, causando paralisia desproporcional do lado contrário do corpo (em que, na maioria das vezes, o membro superior é mais afetado do que inferior).

"Por isso, é comum vermos pacientes que voltam a andar, mas ficam com os movimentos do braço muitos limitados", explica a Dra. Cristiane Isabela de Almeida, fisiatra e gerente médica do Centro de Reabilitação do Einstein.
Déficit Sensitivo
De difícil tratamento, a falta de sensibilidade causa uma sensação de anestesia parcial ou total do segmento do corpo afetado, e pode vir acompanhada ou não de dor. Muitas vezes, ele tem o movimento, mas como não sente, acaba por não utilizar a parte afetada.

"Para o indivíduo sadio, pegar um objeto é um ato normal, corriqueiro e automático. Em um paciente com déficit motor, este ato deverá ser planejado, visto que a pessoa deverá passar a calcular a distância, a força, o tipo de pressão, o peso. Em pacientes com sequelas sensitivas, este mesmo ato também vai precisar da compensação com a visão, além de todos os requisitos acima", conta a médica.
Afasias
Em 95% das pessoas, o hemisfério dominante, onde se localiza o centro da linguagem, fica no lado esquerdo do cérebro. Por isso, é comum ao paciente que tem AVC do lado esquerdo apresentar paralisia à direita associada a um déficit de linguagem, chamada afasia, que se dividem predominantemente em três tipos:

  • De expressão: pacientes que entendem melhor do que falam.
  • De compreensão: o paciente pode ter fala fluente, mas sem significado e/ou coerência.
  • Mista: é mais comum, e o paciente apresenta dificuldade de compreensão e de expressão.
Segundo a médica, os indivíduos afásicos têm a inteligência preservada e tendem a prestar atenção em dicas não-verbais que recebem do ambiente, em expressões faciais, musicalidade da voz, por vezes imitando movimentos e gestos das pessoas que os cercam. É como se tivessem que se comunicar por meio de uma língua com a qual não estão habituados.
Apraxias
Geralmente, acompanham a lesão do hemisfério dominante em que, além da dificuldade na fala, a pessoa perde a capacidade de se expressar por gestos e mímicas. Muitas vezes, este tipo de comunicação só se dá se for intencional, espontânea. Os tipos de apraxias mais comuns são:

  • Construtiva: dificuldade de montar um quebra-cabeça.
  • Ideomotora: dificuldade na expressão de gestos com significado – dar tchau, sinal de silêncio.
  • Posicional/Espacial: dificuldade na localização espacial em si e/ou no outro, (direita/ esquerda, mapas).
O tipo mais grave é a de apraxia de marcha. Segundo a fisiatra, o paciente não está paralisado, mas perde a sequência de movimentos necessária para o ato de andar.
A apraxia do vestir-se, dificuldade na sequência de posicionamento e colocação de roupas, ocorre nas lesões de hemisfério não-dominante.
Negligência
Pode ocorrer em lesões do hemisfério não-dominante. E se caracteriza por uma falta de percepção da metade afetada do corpo, como se aquele segmento não lhe pertencesse.

É uma sequela muito grave, mas que, normalmente, desaparece ou se torna apenas uma desatenção depois dos três primeiros meses. Os quadros de negligência também podem ser de três tipos – motor, visual, sensitivo. O indivíduo tem o movimento, enxerga e sente, porém o cérebro não percebe estas possibilidades. "Essas pessoas não se importam com o que está acontecendo ao seu redor, falam em demasia e estão pouco comprometidas com o tratamento", explica a Dra. Cristiane Isabela.
Agnosia Visual
Lesão que acontece na parte posterior do cérebro (área de recepção da visão), e que é conhecida por agnosia visual, em que o paciente não consegue reconhecer objetos visualmente.

Ele "enxerga, mas não vê". E isso pode influenciar negativamente inclusive em seu desempenho motor. E dependendo do local e do grau da lesão, a pessoa pode ter dificuldade em reconhecer rostos.
Déficit de Memória
Outra sequela é o déficit de memória. E o mais comum é que os pacientes lembrem mais de coisas antigas do que de recentes. Se o paciente ''lembra que esquece", isso é, possui metamemória, a reabilitação é possível.

Lesões no Tronco Cerebral
Geralmente, estas lesões possuem quadros motores muito graves, pois causam paralisia nos dois lados do corpo além de déficits associados (estrabismo, paralisia facial, desequilíbrio, disfagia ou dificuldade para engolir).

Aqui, o paciente tem a capacidade mental intacta, mas apresenta grave incoordenação motora e saliva em excesso. "Podem parecer ter deficiência mental, devido à falta de coordenação também na fala, sintoma conhecido como disartria. O caso mais grave deste tipo de lesão é conhecido como "Síndrome do Encarceramento", que foi abordado no filme O Escafandro e a Borboleta, do diretor Julian Schnabel", comenta a Dra. Cristiane Isabela.
Alterações Comportamentais
Na parte da frente do cérebro estão localizadas as funções mais nobres do ser humano. Dependendo do local e da extensão da lesão, o paciente pode apresentar quadro de apatia ou de agitação. Em quadros de falta de iniciativa, podem ficar sem apetite e sem vontade de beber água. Nos de agitação, tendem a ficar sem crítica social – falam sem pensar –, e na maioria das vezes, podem ser explosivas quando contrariadas.

Depressão
De acordo com a Dra. Cristiane Isabela, cerca da metade dos pacientes que tiveram AVC e ficaram com graves sequelas apresentam um quadro de depressão que necessitará de tratamento com medicação.

Diagnóstico preciso: tratamento adequado

É muito importante fazer um diagnóstico preciso e detalhado das sequelas do AVC para que o prognóstico seja o mais assertivo possível. Para isso, é necessário classificar que tipo de incapacidade o paciente apresenta e fazer uma análise do tipo de tratamento a ser feito. De acordo com a médica, sequelas moderadas apresentadas pelo paciente devem ser estudadas com mais cuidado, pois se não forem estimuladas, não apresentarão a recuperação possível. Qualquer problema negligenciado pode atrapalhar no tratamento e na qualidade de vida dele.
O cérebro nunca para de tentar encontrar novos caminhos de recuperação. As células que foram atingidas e morreram não se recuperam, mas as que ficam próximas da área lesionada, conhecidas por zona de penumbra, podem ser recuperadas pelo menos parcialmente com o tratamento.
O tratamento de reabilitação do AVC deve ter início precoce e ser conduzido por um médico fisiatra, que fará o diagnóstico e o prognóstico das incapacidades. Dependendo do quadro do paciente, membros da equipe multiprofissional serão acionados e juntos farão o planejamento das terapias – fisioterapia, hidroterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, neuropsicologia, enfermagem de reabilitação, nutricionista, ortoptista – somadas a equipamentos de alta tecnologia.
De acordo com a fisiatra, em geral, 85% dos pacientes voltam a ser independentes em suas atividades de vida diária (alimentação, vestuário, higiene) e marcha, se tratados precocemente e de forma eficaz. E o retorno para as atividades estudantis e profissionais vai depender mais das dificuldades cognitivas que o paciente apresentar do que do seu quadro motor.
A reabilitação atua em duas frentes: treinando o paciente para sua independência, com o potencial de função que ele já apresenta, e estimulando mecanismos de neuroplasticidade - enviando informações corretas para a zona de penumbra, tentando recuperar ou desenvolver a função perdida.

www.reabilitacaodesaude.blogspot.com
nelson_enfermagem@hotmail.com

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário